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Tumba de 2.500 anos revela novas descobertas sobre a civilização egípcia

Os túmulos continham centenas de objetos, especialmente amuletos religiosos

Por Isabela Lobato
30 jul 2024, 19h00

As escavações em um complexo funerário em Damietta, no Egito, revelam artefatos que estavam enterrados há quase 3 mil anos. Os 63 túmulos continham cerâmicas, espelhos, moedas e figuras de divindades em ouro.

Acredita-se que os artefatos e as tumbas sejam do período tardio do Egito antigo, entre 664 a.C. e 332 a.C. Segundo os cientistas, as relíquias ajudam a compreender o comércio exterior egípcio na Idade do Bronze, quando Damietta servia como centro de comércio exterior com cidades do Mediterrâneo.

Embora não tenham sido encontrados restos mortais humanos, os cientistas descobriram piras funerárias – estruturas de madeira usadas para cremar o corpo. 

Além disso, também foram encontradas estatuetas de folha de ouro que eram notáveis porque pareciam representar “pássaros-bá”. Essas criaturas mitológicas tinham asas, cabeça e braços humanos e acreditava-se que protegiam o espírito do falecido em sua passagem para a vida após a morte.

Outros amuletos para proteção na vida após a morte também estavam nas tumbas, como lâminas de ouro representando divindades como Ísis, Bastet e Hórus. Segundo os pesquisadores, esses itens eram amuletos para que o falecido tivesse o direito de falar perante a corte de Osíris na vida após a morte. 

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O chefe da missão arqueológica e da Administração Central de Antiguidades do Baixo Egito e Sinai, Qutb Fawzy, afirmou em nota do Ministério do Turismo e Antiguidades que os “amuletos funerários que são altamente precisos em termos de habilidade e esplendor da indústria, assim como diversidade de materiais de fabricação.”

A descoberta também inclui uma coleção de vasos de cerâmica importados e fabricados localmente, lançando luz sobre as trocas comerciais entre Damietta e as cidades costeiras do Mediterrâneo. 

Segundo Ayman Ashmawy, chefe do Setor de Antiguidades Egípcias, essas descobertas destacam o papel de Damietta como um centro comercial estratégico durante diferentes períodos históricos. A combinação de elementos locais e importados nos artefatos demonstra as ricas interações comerciais e culturais da cidade com outras regiões.

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Entre as relíquias, havia um pote de cerâmica com 38 moedas do período ptolomaico (304 a 30 a.C.), quando um dos descendentes do general de Alexandre, o Grande, governou o Egito. Esse cofrinho é uma evidência do período político turbulento que Damietta enfrentava.

Quando os gregos assumiram o controle do Egito, tentaram forçar toda uma mudança cultural: introduziram um novo idioma, uma nova religião e um novo modo de vida. Foi nessa época que as figuras de Zeus foram cunhadas nas moedas oficiais. Os egípcios nativos não curtiram,e dois faraós lideraram uma rebelião em 206 a.C.

Após a revolta, houve uma retirada em massa das moedas e elas receberam marcações adicionais. Entretanto, as 38 moedas de bronze encontradas pelos arqueólogos haviam sido escondidas por alguém que não estava disposto a atender às exigências dos novos governantes.

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São centenas de objetos diferentes. Quando decifrados, cada um revela um fragmento da história do Egito antigo.

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