Estudo mostra como meditação “mindfulness” beneficia o cérebro
De uns anos para cá, um tipo de meditação ficou bastante popular no Ocidente: a chamada mindfulness, o que pode ser traduzido como “atenção plena”. Enquanto a meditação clássica consiste em focar na respiração e não pensar em nada, a mindfulness envolve colocar toda a atenção no que estamos vivendo e sentindo naquele momento, sem julgamentos. Em vez de buscar um nível de transcendência, aqui se busca estar plenamente presente.
Pesquisas já haviam comprovado que essa prática era benéfica para a saúde e a mente das pessoas. Agora, um estudo da Universidade Carnegie Mellon (na Pensilvânia, EUA) conseguiu, de acordo com o professor e autor J. David Creswell, “uma das primeiras explicações biológicas baseadas em evidências” para isso.
E tudo se deve à redução do stress que essa meditação promove. Quando uma pessoa está estressada, a atividade no córtex pré-frontal (área do cérebro responsável pelo pensamento consciente e planejamento) diminui, enquanto a atividade na amígdala, no hipotálamo, e no cíngulo anterior do córtex – regiões que ativam respostas ao stress – aumentam.
A meditação mindfulness inverte esses padrões: ela aumenta a atividade pré-frontal, o que pode regular e “desligar” a resposta biológica ao stress. Isso torna possível reduzir o risco e a gravidade de doenças ligadas a essas respostas, como depressão e problemas do coração.
Creswell acredita que, ao entender como esse tipo de treinamento da mente afeta diferentes doenças e distúrbios, os pesquisadores serão capazes de desenvolver melhores tratamentos e trabalhar com os que já existem de forma mais eficaz.