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Bruno Garattoni

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Vencedor de 15 prêmios de Jornalismo. Editor da Super.
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LG lança primeira televisão Ultra HD do Brasil; veja como ela é

A televisão, primeira Ultra HD (4K) a chegar ao Brasil, tem tela de 84 polegadas e resolução de 3840×2160 – são aproximadamente 8,3 milhões de pixels, quatro vezes mais do que as atuais televisões Full HD. A imagem impressiona, tanto pelo tamanho quanto pela qualidade, que se mantém elevada mesmo quando você está relativamente próximo […]

Por Bruno Garattoni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 21 dez 2016, 09h44 - Publicado em 13 nov 2012, 12h04

A televisão, primeira Ultra HD (4K) a chegar ao Brasil, tem tela de 84 polegadas e resolução de 3840×2160 – são aproximadamente 8,3 milhões de pixels, quatro vezes mais do que as atuais televisões Full HD. A imagem impressiona, tanto pelo tamanho quanto pela qualidade, que se mantém elevada mesmo quando você está relativamente próximo dela.

1. A tecnologia. O padrão Ultra HD é a grande aposta da indústria de televisões (Sharp

e Samsung já exibiram tvs UHD em feiras e a Sony já vende uma, embora não no Brasil), e vendo-o de perto é possível entender quão desejável ele é. Como a resolução é muito mais alta, consegue alimentar telas extremamente grandes – em área, uma tv de 84 polegadas é equivalente a quatro tvs de 42″. E isso faz diferença. A sensação de imersão é muito maior,
e muito sedutora. Se você gosta de tv e de filmes e sempre quer ter a maior tela possível,
vai gostar do Ultra HD.

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2. O aparelho. A tv da LG (modelo: 84LM9600) tem os recursos comuns nos aparelhos top de linha, como conteúdo online (bem variado) e busca via comando de voz (funciona bem). Ela é 3D, do tipo passivo, com tela LCD iluminada por LED – na configuração edge-lit, com os LEDs nas bordas da tv. Ou seja: tecnologicamente, é uma tela até conservadora (não estamos falando de nada radical, como OLED). A novidade é mesmo o tamanho. E a resolução. Como seria de se esperar, em Ultra HD a qualidade é imagem é espetacular. Foram exibidos vídeos de demonstração, que rodavam num computador conectado à tv. Esse tipo de vídeo sempre é bem retocado e paradão, com cenas escolhidas a dedo para favorecer a tela. Mas a qualidade é boa, sim, com bastante contraste e ótimo nível de preto para uma tv LED-LCD. A qualidade cai visivelmente quando se está tocando Blu-ray, mas continua surpreendentemente boa, com relativamente poucas distorções oriundas do processo de upscaling.

Há dois poréns. Primeiro, a LG optou por uma tela do tipo glossy (brilhante), que é uma tendência de mercado mas é altamente suscetível a reflexos da luz ambiente, ainda mais
numa televisão gigante. Na foto abaixo, dá para perceber quão refletiva a tela é – toda essa faixa verde é reflexo da janela aberta ao lado.

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Vale lembrar que a foto foi tirada na pior situação possível, com uma janela enorme ao lado da tv, e que você sempre pode fechar as cortinas da sua casa. Mas seria muito melhor que a tela fosse do tipo matte. Bem que os fabricantes poderiam desistir das telas glossy (elas são mais resistentes e ganham um pouquinho em contraste, mas têm problemas com reflexo).

A outra questão, mais séria, é que a televisão recebe as imagens Ultra HD em velocidade baixa: apenas 30 Hz. É uma limitação do padrão HDMI, que não aguenta mais do que isso (um novo tipo de cabo, o HDMI 2.0, já está sendo preparado para superar o problema). Na demonstração feita pela LG, como as cenas em 4K eram sempre meio estáticas ou continham movimento artificial, tipo time-lapse, não deu para saber qual é a real performance de movimento da tela (a LG fala em 800 Hz), ou se isso é um problema de fato. É um ponto de atenção.

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3. O conteúdo. Por enquanto, não existe nada disponível em Ultra HD. A indústria de eletrônicos está trabalhando num novo formato de disco, que irá suceder o Blu-ray e deve ser apresentado em 2013, mas ele vai demorar um bocado para chegar a bom número de filmes (o Blu-ray, por exemplo, levou vários anos para ganhar tração). O mais provável é que os filmes Ultra HD venham a ser distribuídos por streaming – que, na prática, deverá exigir uma conexão de 40 a 50 Mbps. Em São Paulo, já é possível comprar internet dessa velocidade. Mas ainda custa caro, existe em poucos lugares, e tem limitações. Se muita gente começar a fazer streaming de 50 Mbps ao mesmo tempo, as redes certamente vão sofrer.

4. Conclusão. Em suma: o Ultra HD é uma inovação e tanto, mas o mundo ainda não está pronto para ele. Quando ver uma tela de ultra-definição pela primeira vez, você vai gostar – mas terá de esperar vários anos, provavelmente no mínimo 5, até poder ter uma em casa. Como está hoje, o UHD é mais uma demonstração de tecnologia do que um produto real e viável. Inclusive pelo preço: a televisão da LG irá custar R$ 44.999.

 

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