Foi há 45 milhões de anos. Uma flor ficou presa em um âmbar, resina liberada por um tronco de uma árvore. O material a protegeu do desgaste do tempo. Hoje, biólogos de duas universidades encontraram essa flor primitiva, com caule e pétalas intactos. E, graças à preservação natural, eles fizeram um achado: a nova flor é uma espécie inédita.
Encontrada em uma caverna da República Dominicana, acredita-se que Strychnos electri faça parte do clade das Asterídeas (grupo com 80 mil espécies de plantas – entre elas, o café e as batatas) e, mais específicamente, do gênero Strychnos (conjunto de 200 espécies de flores, muitas venenosas). As informações foram obtidas com base em observações na estrutura altamente preservada. Já sua idade longeva exigiu mais trabalho para ser desvendada.
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George Poinar, da Universidade de Oregon (EUA), e Lena Struwe, da Universidade de Rutgers (EUA), estudaram seres unicelulares que também ficaram presos ao âmbar. A foraminífera, encontrada pela dupla durante a análise, carrega traços específicos para cada época de sua evolução. Sendo assim, os biólogos usaram a amostra para rastrear a qual época a foraminífera pertencia e, dessa forma, estipular uma idade aproximada à flor. Estimou-se que a Strychnos electri tenha entre 15 a 45 milhões de anos.
Quando estava na ativa, a Strychnos electri fazia parte da flora de uma América primitiva, que passou por mudanças inegáveis nesse espaço de milhões de anos. Devido a essa característica etária, a descoberta pode ser usada para desvendar com mais precisão o passado geográfico do continente americano, defendem os pesquisadores.
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