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Ave moa: Cientistas reconstroem DNA de espécie extinta da Nova Zelândia

A espécie “moa do arbusto” tinha um bom olfato, era sensível a alimentos amargos e enxergava em ultravioleta. Confira suas características – e como ele foi extinto.

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 3 jun 2024, 09h56 - Publicado em 1 jun 2024, 10h00
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  • Uma equipe liderada por pesquisadores de Harvard reconstruiu o material genético de um grupo de aves que é ícone da Nova Zelândia: os moas. Esses pássaros, que foram extintos há 600 anos, são conhecidos por serem enormes e não terem asas. As maiores espécies de moa passavam dos três metros de altura e chegavam a pesar 250 quilos.

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    A espécie sequenciada recentemente, no entanto, é mais modesta. O Anomalopteryx didiformis, também conhecido como moa dos arbustos, media “só” um metro e pesava 30 quilos. Ela é uma de nove espécies extintas de pássaros que não voam da Nova Zelândia.

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    Esqueleto de um pássaro.
    (Montagem sobre reprodução (Auckland Museum CC BY)/Superinteressante)

    Os pesquisadores extraíram o DNA de um fóssil encontrado na Ilha Sul do país. Eles montaram o quebra-cabeça genético usando o DNA mitocondrial (aquele que é herdado apenas da mãe) e DNA nuclear (que vem dos dois pais). A pesquisa foi publicada no periódico Science Advances.

    Para colocar o DNA da espécie extinta em ordem, os pesquisadores usaram como “guia” o genoma completo do emu (Dromaius novaehollandiae), uma ave que ainda vive na Austrália.

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    O genoma revelou algumas características interessantes dos moas: eles tinham bom olfato e eram sensíveis a comidas amargas. Também enxergavam em frequências ultravioleta, assim como outras espécies de aves.

    Diferente de outras aves que não voam, como emas e avestruzes, os moas não tinham asa alguma. Em entrevista à Cosmos, o diretor do laboratório de paleogenética da Universidade de Otago, Nic Rawlence (que não esteve envolvido no estudo), diz que as instruções para a fabricação de asas estão “corrompidas” no DNA.

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    Falta entender exatamente o que levou à perda de asas. As ilhas têm a mania de evoluir animais bizarros, porque produzem diferentes pressões de seleção natural. É possível que os moas não tivessem predadores terrestres, e por isso não havia a necessidade de voar. A energia gasta para formar asas funcionais se tornou cada vez mais inútil, e os animais que destinavam essa energia a outros aspectos poderiam levar vantagem.

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    Os pesquisadores não identificaram como e em que momento da evolução os moas perderam as asas. Seus parentes mais próximos geneticamente ainda voam. E mesmo as emas, avestruzes e emus, que seguiram pela vida terrestre, ainda mantêm asas. O mistério fica para ser resolvido em pesquisas futuras.

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    Por que os moas foram extintos?

    Alguns Homo sapiens tiveram o privilégio de ver esses gigantes de perto. Foram os ancestrais dos maoris, população que chegou no território que hoje é a Nova Zelândia no final do século 13. Evidências arqueológicas indicam que os humanos caçaram os moas por cem anos, até a extinção das espécies (ave gigante é igual a muita carne). Uma história semelhante ao dodô, das Ilhas Maurício.

    Antes disso, os moas andaram pelas florestas das ilhas por milhões de anos. Os dados da pesquisa também mostram que a população efetiva era de no mínimo 250 mil indivíduos da espécie moa dos arbustos.

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