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Chances do asteroide Bennu atingir a Terra são baixas, calcula Nasa

Cientistas utilizaram dados fornecidos pela sonda OSIRIS-REx, que recentemente visitou o asteroide, para prever a sua trajetória até o ano 2300 e estimar probabilidades de impacto. Entenda.

Por Luisa Costa
Atualizado em 12 ago 2021, 20h20 - Publicado em 12 ago 2021, 20h20

Com cerca de 500 metros de diâmetro (quase o tamanho do edifício One World Trade Center, que tem 546 m), o asteroide Bennu é considerado um dos mais perigosos do Sistema Solar – sua proximidade com a Terra implica um risco de impacto com o nosso planeta.

“500 metros não é pouco?”, você pode estar se perguntando. Não é: o Bennu equivale a um vigésimo do tamanho do asteroide que matou os dinossauros, mas é o suficiente para que um impacto direto causasse uma destruição em escala continental.

Por causa disso, vários pesquisadores se dedicam ao estudo do Bennu para entender melhor a ameaça. Mas, ao que tudo indica, temos uma boa notícia. Novos cálculos da Nasa, baseados em dados fornecidos pela sonda OSIRIS-REx, que recentemente visitou o asteroide, reduziram significativamente as incertezas sobre sua trajetória.

A partir de uma série de cálculos e modelos computacionais, os pesquisadores descobriram que, nos próximos dois séculos, a data que representa a maior chance de impacto do asteroide com a Terra é 24 de setembro de 2182. Nesse dia, a probabilidade de uma colisão é de apenas 0,037% – ou 1 em 2.700.

Os resultados da pesquisa foram publicados na última quarta-feira (10) na revista Icarus e são considerados incríveis pelos cientistas. “Nunca modelamos a trajetória de um asteroide com essa precisão antes”, disse Davide Farnocchia, autor principal do estudo. Os pesquisadores também determinaram que a probabilidade total de impacto de Bennu com a superfície terrestre é de 0,057% até o ano de 2300. Mas é claro: embora sejam chances muito pequenas, ele continua sendo um asteroide que representa perigo à humanidade.

Como o estudo foi feito?

Para prever a trajetória do asteroide, os cientistas avaliaram vários tipos de forças que podem afetá-lo enquanto orbita o Sol, já que mesmo uma força bem pequena pode desviar significativamente seu caminho. O Bennu pode, por exemplo, passar por um “buraco de fechadura gravitacional” – áreas do espaço em que a gravidade da Terra poderia puxá-lo para uma rota de colisão com o planeta.

Além da influência da Terra, a equipe considerou a força gravitacional de outros planetas e suas luas, do Sol e de mais de 300 asteroides próximos. Foram levados em conta também o impacto da poeira interplanetária, a pressão do vento solar, entre outros fatores.

Os cientistas estimaram ainda o impacto do “efeito Yarkovsky” na trajetória futura de Bennu. Isso acontece quando uma pequena quantidade de impulso é gerada à medida que o Sol esquenta partes do asteroide. A longo prazo, isso pode alterar sua posição – e sua trajetória.

“O efeito Yarkovsky em Bennu é equivalente ao peso de três uvas agindo constantemente no asteroide”, explica Steve Chesley, pesquisador do estudo. “É minúsculo, sim, mas significativo ao determinar as chances de impacto nas décadas e séculos seguintes.” 

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A visitinha do OSIRIS-REx

Segundo Chesley, o efeito Yarkovsky atua em todos os asteroides e, embora tenha sido medido de longe para alguns deles, a sonda OSIRIS-REx deu aos cientisras a primeira oportunidade de medi-lo em detalhes enquanto Bennu viajava ao redor do Sol.

Os pesquisadores avaliaram até a força que OSIRIS-REx exerceu ao realizar a coleta de fragmentos de rocha no Bennu em outubro. Eles acreditam, contudo, que foi uma influência minúscula em comparação às outras forças analisadas – e que não alterou as chances do asteroide atingir a Terra.

Além de fornecer dados importantes para este estudo, a OSIRIS-REx vai ajudar os cientistas na compreensão geral de asteroides potencialmente perigosos e a entender a história do Sistema Solar. A sonda, aliás, está voltando para casa: após a coleta do ano passado, ela começou sua viagem de volta à Terra, que deve terminar em setembro de 2023.

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