Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Oferta Relâmpago: Assine a partir de 9,90

Cientistas descobrem bactérias da microbiota que absorvem “substâncias eternas” (PFAS)

Estes químicos indestrutíveis e potencialmente perigosos estão por todo lugar, mas microrganismos do nosso sistema digestório podem funcionar como escudos.

Por Bruno Carbinatto
14 jul 2025, 14h00

Os PFAS (per e polifluoroalquis) são moléculas formadas por átomos de flúor e carbono, com ligações muito fortes entre si – por isso, elas dificilmente se decompõem. Essa indestrutibilidade lhes rendeu o apelido de “substâncias químicas eternas”, e elas se acumulam no meio ambiente e nas cadeias alimentares, com impactos incertos na saúde humana.

Agora, cientistas da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, descobriram que algumas bactérias da microbiota intestinal humana absorvem essas moléculas, agindo com um “escudo protetor”. A novidade foi publicada na revista Nature Microbiology

Antes, já se sabia que algumas bactérias do meio ambiente possuem essa habilidade, mas o tema nunca tinha sido investigado na nossa microbiota. Os pesquisadores testaram como várias espécies de micróbios do nosso intestino interagem com os PFAS em seu entorno, e descobriram assim que nove delas tinham a capacidade de absorvê-los e armazená-los.

Quando os cientistas introduziram nos sistemas digestórios de camundongos essas bactérias, os micróbios passaram a absorver grande parte das substâncias eternas consumidas pelos roedores – depois, elas eram eliminadas nas fezes.

Nestes testes, entre 25% e 74% das substâncias químicas eternas ingeridas pelos camundongos foram “sugadas” pelas bactérias, dependendo da espécie e da concentração dos químicos. Entre os microrganismos testados estão a Bacteroides uniformis e a famosa Escherichia coli.

Continua após a publicidade

Apesar de não ter sido conduzido em humanos, este é o primeiro estudo que aponta uma possível solução para o problema dos químicos eternos. No futuro, podem ser pesquisados probióticos que aumentem o número dessas bactérias no intestino humano, por exemplo, turbinando assim essa proteção.

Os PFAS são amplamente usados na indústria química porque repelem água e gordura, e por isso podem ser encontrados em embalagens de comida, tecidos impermeáveis, tintas e diversos outros produtos. É impossível fugir deles, o que pode ser um problema: embora não haja conclusões definitivas sobre seus impactos na saúde humana, há estudos iniciais que ligam os químicos eternos a maiores chances de desenvolver câncer, distúrbios imunológicos e problemas de fertilidade, entre outros riscos.

Compartilhe essa matéria via:
Continua após a publicidade

“A realidade é que os PFAS já estão no meio ambiente e em nossos corpos, e precisamos tentar mitigar seu impacto em nossa saúde”, diz Indra Roux, pesquisadora da Universidade de Cambridge e coautora do estudo. “Não encontramos uma maneira de destruir os PFAS, mas nossas descobertas abrem a possibilidade de desenvolver maneiras de eliminá-los de nossos corpos.”

Até que haja estudos mais conclusivos, porém, os cientistas lembram que a melhor abordagem para a questão é diminuir a exposição aos PFAS, limitando suas concentrações no ambiente e, principalmente, em itens de cozinha e nos alimentos e na água que consumimos. Vários países estão buscando apertar a regulação desses compostos, um tema que, recentemente, gerou uma polêmica na OMS.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

15 marcas que você confia. Uma assinatura que vale por todas

OFERTA RELÂMPAGO

Digital Completo

Enquanto você lê isso, o mundo muda — e quem tem Superinteressante Digital sai na frente.
Tenha acesso imediato a ciência, tecnologia, comportamento e curiosidades que vão turbinar sua mente e te deixar sempre atualizado
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 5,99/mês
ECONOMIZE ATÉ 63% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Superinteressante todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$5,99/mês.