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Cientistas descobrem componente do RNA em amostra de asteroide

A mesma uracila que faz parte do seu material genético foi encontrada em um pedaço de rocha a milhões de quilômetros da Terra – e pode dar pistas sobre a origem da vida no planeta.

Por Leo Caparroz
21 mar 2023, 18h11
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  • Pesquisadores japoneses encontraram uracila em uma amostra de asteroide. Essa é uma das bases nitrogenadas que compõem o RNA – as moléculas que contêm as nossas informações genéticas para a síntese de proteínas. As amostras também continham ácido nicotínico, mais conhecido como vitamina B3.

    No final de 2020, a espaçonave japonesa Hayabusa2 trouxe algumas amostras de solo do asteroide Ryugu, localizado a 300 milhões de quilômetros de distância da Terra. A equipe de pesquisadores extraiu as moléculas presentes ali ao mergulhar pedaços do Ryugu em água quente. Depois, usou cromatografia líquida e espectrometria de massa de alta resolução para analisar o seu conteúdo. Esse processo revelou a presença de uracila e ácido nicotínico no asteroide, bem como outros compostos orgânicos contendo nitrogênio.

    “Os cientistas já encontraram nucleobases e vitaminas em certos meteoritos [que caíram na Terra] ricos em carbono. Mas sempre perguntou-se se as amostras não poderiam estar contaminadas pelo ambiente terrestre”, explicou Yasuhiro Oba, líder do estudo. “Como essas foram coletadas diretamente do asteroide Ryugu e entregues à Terra em cápsulas seladas, a contaminação pode ser descartada.”

    A uracila foi encontrada em pequenas quantidades: a cada bilhão de moléculas, de 6 a 32 eram de uracila; já a vitamina B3 era mais abundante, na faixa de 49 a 99 partes por bilhão. Segundo Oba, outras moléculas biológicas também foram encontradas, como aminoácidos, aminas e ácidos carboxílicos.

    Esta descoberta corrobora a teoria de que algumas moléculas importantes para a vida tenham vindo do espaço. Elas podem ter entrado de carona na Terra enquanto o planeta passava por constantes ataques de meteoros.

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    Mas como eles foram parar nos asteroides é outra história. Os cientistas acreditam que os compostos com nitrogênio podem ter se formado a partir de moléculas mais simples, que não estavam presentes nas amostras de Ryugu. 

    A descoberta em Ryugu é só o começo. A NASA coletou uma amostra de outro asteroide, Bennu, e sua sonda já está voltando para a Terra – com previsão de chegada para setembro deste ano. Uma vez aqui, ela também passará por testes.

    “A descoberta nas amostras de Ryugu dá força às teorias atuais sobre a fonte de nucleobases na Terra primitiva”, conclui Oba. “Um estudo comparativo da composição desse asteroide com Bennu fornecerá mais dados para construir essas teorias.”

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