Já ouviu alguém dizer que você colhe aquilo que semeia? Não foi o caso dos Emirados Árabes. O país sofre com o clima seco e, no ano passado, investiu US$ 558 mil em uma técnica chamada semeadura de nuvens. Funciona assim: um avião atira gelo seco, sal ou mesmo água potável contra as nuvens para tentar acelerar a formação de chuva. Não deu muito certo – pois não há nuvens suficientes na região. A seca continuou. Só que quando um país é rico como esse, dá para fazer planos mirabolantes – e o governo está estudando criar uma montanha artificial.
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As montanhas naturalmente forçam correntes de ar para cima. Quando o ar quente sobe, ele esfria – e aí não consegue conter tanto vapor de água. Esse vapor escapa, condensa e forma nuvens. Com a montanha artificial, o país pode ter o ingrediente que falta: nuvens em boa quantidade que possam ser semeadas.
Só que não há garantia de que o projeto vá funcionar – até porque não existem experiências anteriores da criação humana de montanhas. O governo está aguardando estudos de consultores para descobrir se a iniciativa é possível. Ainda falta definir o melhor material e posição para a construção. A altura e o formato da montanha também entram na equação e mesmo as escostas da montanha precisão ser planejadas com precisão.
Tudo isso tem um impacto no orçamento – e uma criação dessa magnitude pode ser tão cara que nem mesmo um país tão rico seria capaz de custear, como admite o próprio chefe do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica. Mas eles definitivamente estão dispostos a ir longe pela chuva.
Se tudo der certo, ainda tem um problema: na prática, os dois projetos dos Emirados Árabes forçam massas de vapor de água a se manterem na região do país até que chova. Mas, antes da existência da montanha, essa água ia parar em algum lugar – quanto tempo até outro país começar a experimentar secas extraordinárias?
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