Uma das pragas urbanas mais indesejáveis, os percevejos já eram um incômodo para o homem bem antes de existir a vida em cidades. Em um estudo publicado no Journal of Medical Entomology, arqueólogos encontraram evidências de três espécies primitivas de percevejos, com idade entre 5 mil e 11 mil anos, que dividiam espaço conosco em cavernas.
As espécies identificadas nos 14 fragmentos de fósseis (Cimex pilosellus, Cimex latipennis, e Cimex antennatus) integram o mesmo gênero do percevejo mais comum encontrado atualmente, Cimex lectularius. Mas “não são os percevejos atuais, de quartos de hotel, que todos conhecem e amam”, explica Martin E. Adams, um dos autores do estudo. As versões ancestrais provavelmente parasitavam morcegos – outro inquilino indesejável dos hominídios em sua vida em cavernas.
Sabe-se que as espécies atuais se deram bem com esse estilo a vida primitiva em cavernas, colonizando a Europa, Ásia e África. O fóssil mais antigo de Cimex lectularius, por exemplo, foi encontrado no Egito, em 1999, e data de 3,5 mil anos atrás. No entanto, os exemplares encontrados em Paisley Caves, no estado norte-americano do Oregon, não integram a relação de espécies atuais – e os cientistas não sabem explicar ao certo como eles foram parar lá, nem o quanto influíram na vida de nossos ancestrais que habitavam a América do Norte.
As características das três espécies encontradas podem oferecer algumas dicas acerca do clima durante o período, Adams afirma. E também explicar como os percevejos passaram a habitar as mais variadas regiões do mundo. “A presença de espécies mais tolerantes ao calor nas cavernas, pode sugerir que a região de Paisley Caves tinha, há 5 mil anos atrás, condições climáticas semelhantes às que os percevejos possuem hoje”, pontua.