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Entenda por que a SpaceX está enviando filhotes de lula ao espaço

A missão ainda leva 5 mil tardígrados e uma série de experimentos científicos à Estação Espacial Internacional. Saiba como eles serão utilizados.

Por Luisa Costa
Atualizado em 8 jun 2021, 14h17 - Publicado em 4 jun 2021, 20h24
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  • Foto de uma lula bobtail no centro da imagem. Ela é pequena e amarelada com pontinhos em tons de marrom.
     (David_Slater/Getty Images)

    Nesta quinta-feira (3), a SpaceX lançou sua 22ª missão de reabastecimento de carga para a Estação Espacial Internacional. A espaçonave da empresa de transporte espacial do bilionário Elon Musk partiu do Centro Espacial Kennedy da NASA, na Flórida (EUA), transportando suprimentos e itens para experimentos científicos.

    A carga que partiu rumo ao espaço inclui 5 mil tardígrados – também conhecidos como ursos d’água – e 128 lulas bebês que brilham no escuro.

    Estes pequenos seres são parte de duas experiências científicas que se dirigem à Estação Espacial. No laboratório orbital, os astronautas supervisionam os experimentos e contam as novidades aos cientistas na superfície terrestre.

    A ideia desses projetos é compreender como a vida se comporta em microgravidade para melhorar a qualidade de vida dos astronautas – e também entender melhor a própria vida na Terra.

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    Os experimentos científicos

    Mas onde os tardígrados e os filhotes de lula entram nessa história?

    Os tardígrados são animais minúsculos conhecidos como os mais resistentes do planeta. Eles suportam temperaturas congelantes e quentíssimas, para além do ponto de ebulição da água. Eles também sobrevivem à intensa radiação e continuam vivos mesmo submetidos ao vácuo do espaço.

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    Os cientistas envolvidos no experimento sequenciaram o genoma do tardígrado Hypsibius exemplaris e desenvolveram métodos para medir como as condições ambientais o afetam. Ao caracterizar a biologia molecular e identificar os genes envolvidos na adaptação e sobrevivência dos bichinhos, os pesquisadores querem analisar o que está por trás de tanta resistência.

    O pesquisador principal Thomas Boothby afirma em nota: “Estamos realmente entusiasmados para entender como os tardígrados sobrevivem e se reproduzem nesses ambientes [extremos] e se podemos aprender alguma coisa sobre os truques que eles usam, e então adaptá-los para proteger os astronautas”.

    Já os filhotes de lula fazem parte de outro experimento, que pretende examinar os efeitos do voo espacial nas interações químicas e moleculares entre micróbios e seus hospedeiros animais. 

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    Humanos e outros animais dependem de microrganismos para o bom funcionamento do sistema digestivo e imunológico. “Não entendemos totalmente como o voo espacial altera essas interações benéficas”, diz Jamie Foster, pesquisador principal do experimento. Segundo ele, a lula seria capaz de resolver questões importantes para a saúde animal.

    Os 128 filhotes de lula, que ficam congelados durante a ida e a volta da viagem, podem ser um modelo para estudar as relações simbióticas entre duas espécies. As lulas são da espécie Euprymna scolopes. Elas medem apenas 3 milímetros de comprimento e brilham no escuro graças a algumas bactérias que vivem em seu organismo.

    O animal nasce sem essas bactérias, mas as adquire do oceano ao seu redor. As lulas enviadas ao espaço ainda são bebês, então não possuem as bactérias. A ideia dos pesquisadores é adicioná-las às lulas quando forem descongeladas na Estação Espacial. Assim, será possível observar as lulas à medida que se relacionam com as bactérias, e verificar se o voo espacial altera essa interação.

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    Compreendendo a interação entre micróbios e tecidos animais, os pesquisadores pretendem identificar maneiras de proteger e aprimorar essas relações no sistema intestinal e imunológico humano – tanto de astronautas quanto de quem está na Terra.

    Outros experimentos

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    Os tardígrados e as lulas bebês são acompanhados por outras pesquisas científicas e demonstrações de tecnologia na missão de reabastecimento rumo à Estação Espacial Internacional.

    Outros experimentos a bordo da espaçonave da SpaceX são um ultrassom portátil que acompanha um dispositivo de computação móvel; uma operação remota de braços robóticos e veículos espaciais que usa realidade virtual; e um estudo sobre os efeitos da microgravidade na formação de cálculos renais, algo que prejudica a saúde de astronautas em missão.

    Também está rumo ao espaço um experimento sobre a produção de um algodão que seria mais resistente no cultivo em órbita. O pesquisador principal Simon Gilroy afirma: “Esperamos revelar características da formação das raízes da planta, que podem melhorar a resistência à seca ou absorção de nutrientes, ambos fatores-chave nos impactos ambientais da agricultura moderna”.

    Além disso, a missão da SpaceX está levando à Estação Espacial novos painéis solares para aumentar a energia disponível para as pesquisas e outras atividades a bordo.

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