A espaçonave da missão Artemis 1, da Nasa, chegou à Lua e realizou um voo rasante sobre o satélite nesta segunda-feira (21). A cápsula Orion ficou a apenas 130 quilômetros de distância da superfície lunar, e agora entrará em uma órbita maior para continuar sua missão de 26 dias.
Ela partiu a bordo do foguete SLS – considerado o mais poderoso já construído –, saindo do Cabo Canaveral (Flórida, EUA) na última quarta (16). A aproximação máxima da Orion com a Lua, após cinco dias de missão, rolou assim que o módulo de serviço da cápsula disparou seu propulsor principal.
The @NASA_Orion spacecraft captured this image of the Moon during its sixth day of flight, as it approached its first outbound powered flyby of the #Artemis I mission and its closest lunar approach. https://t.co/Wt4DrDpbK3 pic.twitter.com/GPILcbPYq7
— NASA Artemis (@NASAArtemis) November 21, 2022
Foi a primeira grande manobra feita com o propulsor do módulo, e tudo aconteceu enquanto a espaçonave estava, da nossa perspectiva, atrás da Lua. Aliás, nesse período, ela perdeu o contato com o controle da missão aqui na Terra. Quando a comunicação voltou, a Orion enviou uma imagem do nosso planeta. Olha só:
Vale dizer que a comunicação entre a Orion e o pessoal da Nasa se dá a partir da Deep Space Network, uma rede internacional de antenas que mantém contato com espaçonaves diversas. São três antenas: uma em Goldstone, na Califórnia (EUA), outra próxima a Madri, na Espanha, e outra próxima à cidade de Camberra, na Austrália.
Por que Estados Unidos, Espanha e Austrália? É uma localização estratégica, claro. Há uma distância aproximada de 120 graus de longitude entre as três antenas. Elas ficam cada uma em um ponto do globo porque, dessa forma, não se perde uma espaçonave de vista à medida que nosso planeta gira.
A Artemis 1 é uma missão não tripulada que visa testar o desempenho da espaçonave e do SLS antes das outras missões do programa da Nasa, que deve levar quatro astronautas à órbita do satélite em 2024 – e, anos depois, à superfície lunar. Por enquanto, o desempenho da Orion está “superando as expectativas”, segundo a agência espacial.
Nesta sexta (25), o propulsor do módulo de serviço da Orion vai impulsioná-la novamente – desta vez para colocá-la em uma órbita retrógrada distante da Lua. A espaçonave ficará a 70 mil km do satélite e viajará ao redor dele na direção oposta à que ele viaja ao redor da Terra.
Para que tudo isso? Objetos na órbita retrógrada distante tendem a ficar parados por lá, equilibrados entre a gravidade da Terra e da Lua. Nessa posição, a Orion poderá reduzir seu consumo de combustível enquanto viaja ao redor do satélite antes de começar sua viagem de volta.
Assim, ao longo da semana que vem, a espaçonave ficará a mais de 430 mil km de distância de nós. É um recorde: a última espaçonave construída para transportar humanos que esteve tão longe no sistema solar foi a Apollo 13, da Nasa, que chegou a 400 mil km em 1970.