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Estresse social pode acelerar o envelhecimento do sistema imunológico

Experiências como perda do emprego, doença ou morte na família podem contribuir para uma diminuição das células T no corpo.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 21 jun 2022, 20h46 - Publicado em 21 jun 2022, 20h44
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  • Pessoa tampando o rosto com a gola da blusa.
     (Francesco Carta/Getty Images)

    À medida que as pessoas envelhecem, seus sistemas imunológicos naturalmente perdem força. Esse envelhecimento, chamado de imunossenescência, pode ser um importante causador de problemas de saúde relacionados à idade, como câncer e doenças cardiovasculares.

    Contudo, os sistemas imunológicos de diferentes pessoas não envelhecem na mesma velocidade. O estresse, por exemplo, está associado a sinais de envelhecimento acelerado do sistema imunológico.

    Para entender melhor a discrepância entre idade cronológica e idade imunológica, pesquisadores da Universidade da Califórnia e Universidade do Sul da Califórnia analisaram dados do Health and Retirement Study (HRS), uma grande pesquisa feita nos Estados Unidos com adultos acima dos 50 anos. Os pacientes foram questionados sobre diferentes fatores de estresse que vivenciaram, como perda de emprego, discriminação, estresse crônico, além de grandes traumas como morte e doença na família.

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    Além disso, o HRS coleta amostras de sangue dos participantes, e analisa a porcentagem dos diferentes tipos de células imunes presentes, incluindo os glóbulos brancos. Essas células desempenham um papel central nas respostas imunes a vírus, bactérias e outros invasores. Esta é a primeira vez que informações tão detalhadas sobre células imunes são coletadas em uma grande pesquisa nacional.

    Ao analisar os dados de 5.744 desses participantes, a equipe de pesquisa descobriu que as pessoas que vivenciaram mais estresse tinham uma proporção menor de células T novas – necessárias para enfrentar novos invasores, aqueles que o sistema imunológico nunca viu antes. Contudo, esses indivíduos também têm uma proporção maior de células T já especializadas – células mais velhas que esgotaram sua capacidade de combater invasores e, em vez disso, produzem proteínas que podem aumentar a inflamação prejudicial. Pessoas com essas proporções de células T novas e antigas têm um sistema imunológico mais envelhecido.

    Um dos fatores que ajuda a mitigar essa conexão são uma dieta saudável e exercícios regulares. Os cientistas também perceberam que a exposição potencial ao citomegalovirus – um vírus geralmente assintomático, conhecido por acelerar o envelhecimento do sistema imunológico – diminui a relação entre estresse e envelhecimento das células imunes. Apesar do vírus normalmente ficar dormente no corpo, eles descobriram que o estresse pode aumentar sua força e obrigar o sistema imunológico a combater o vírus reativado. Esse controle da infecção pode resultar em células T mais exaustas circulando pelo corpo e causar inflamação crônica, um importante contribuinte para doenças relacionadas à idade.

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    O estudo ajuda a esclarecer a associação entre estresse social e envelhecimento imunológico acelerado. Ele também destaca possíveis maneiras de retardar o envelhecimento imunológico – como melhorar fatores na dieta, tabagismo, exercícios e a forma com que as pessoas lidam com estresse.

    “É importante notar, no entanto, que os estudos epidemiológicos não podem estabelecer completamente causa e efeito. Mais pesquisas são necessárias para confirmar se a redução do estresse ou as mudanças no estilo de vida levarão a melhorias no envelhecimento imunológico e para entender melhor como o estresse e os patógenos latentes, como o citomegalovírus, interagem para causar doenças e morte,” afirmam os pesquisadores.

    Atualmente, os cientistas continuam a pesquisa, analisando, por exemplo, como as adversidades na infância influenciam o envelhecimento do sistema imunológico. Entender o que influencia o esse envelhecimento pode ajudá-los a abordar melhor as diferenças de pessoas idosas na saúde e na doença.

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