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Fóssil do maior pterossauro jurássico é encontrado na Escócia

O animal viveu há 170 milhões de anos e tinha envergadura de aproximadamente 2,5 metros. Seu fóssil revela informações importantes sobre a evolução dos pterossauros. 

Por Luisa Costa
23 fev 2022, 19h57
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  • Cientistas descobriram o fóssil do maior pterossauro do período Jurássico de que se tem registro até o momento. Ele foi encontrado durante uma escavação na Ilha de Skye, na Escócia. O animal viveu há 170 milhões de anos e tinha envergadura de aproximadamente 2,5 metros.

    O fóssil foi descrito em estudo publicado na revista Current Biology, recebeu o nome Dearc sgiathanach (“réptil alado”, em gaélico) e revela informações importantes sobre a evolução desses animais. 

    Acreditava-se que, antes de se tornarem monstros gigantes, os pterossauros tinham um tamanho reduzido – cerca de 1,6 metro de envergadura. Eles teriam permanecido pequenos nos períodos Triássico e Jurássico, até evoluírem para um tamanho maior no período Cretáceo – talvez impulsionados pela competição com as aves.

    Mas o recém descoberto Dearc desafia essa hipótese. “[Ele] nos diz que os pterossauros ficaram maiores muito antes do que pensávamos, e isso é extremamente significativo”, afirma Steve Brusatte, professor da Universidade de Edimburgo (Escócia), em comunicado.

    Reprodução artística com base no fóssil do pterossauro encontrado.
    Representação artística do Dearc sgiathanach. (Natalia Jagielska/Reprodução)

    O fóssil também surpreendeu os cientistas por outros motivos. Pterossauros tinham ossos ocos e com paredes ósseas finas. Então, eram leves e adaptados para o voo, mas frágeis para se preservar por milhões de anos. Por sorte, Dearc está muito bem preservado.

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    “Cerca de 160 milhões de anos depois de sua morte, [o esqueleto] permanece em condições quase intocadas, articulado e quase completo”, afirma Natalia Jagielska, autora principal do estudo, em comunicado.

    Confira a reconstrução do esqueleto na imagem abaixo, compartilhada por Steve Brusatte, que também é autor sênior do estudo. Apenas os ossos em azul não estão presentes no fóssil encontrado.

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    Segundo Jagielska, os dentes do pterossauro têm uma cobertura de esmalte brilhante, “como se ele estivesse vivo há poucas semanas”.

    A descoberta aconteceu em uma expedição à Skye em 2017. Amelia Penny, estudante da Universidade de Edimburgo, detectou a mandíbula do pterossauro saindo de uma camada de calcário.

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    Então, os pesquisadores que a acompanhavam identificaram a cabeça do pterossauro e começaram o processo de retirada do fóssil, usando serras com pontas de diamante para tirá-lo da rocha – uma corrida contra o tempo à medida que a maré subia.

    Em seguida, o fóssil foi levado à Universidade de Edimburgo para as análises e descrições que constam no estudo recém-publicado. Tomografias computadorizadas do crânio, por exemplo, revelaram que o pterossauro tinha grandes lobos ópticos – e provavelmente uma boa visão.

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    Os cientistas também descobriram, a partir de análises microscópicas, que os ossos ainda não estavam totalmente desenvolvidos. Dearc era um pterossauro jovem, e a espécie adulta poderia ter uma envergadura ainda maior.

    Ele continuará sendo estudado por Jagielska, que procura entender mais sobre o comportamento do animal – como ele vivia e voava, por exemplo.

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