Os quase 30 mil anos de existência da Grande Barreira de Corais da Austrália, o maior recife do mundo, foram agitados.
Um estudo da Universidade de Sydney concluiu que a Barreira é a Highlander dos corais e passou por experiências de quase-morte toda vez que os oceanos sofreram mudanças drásticas.
Na Era do Gelo, chegou à beira da destruição duas vezes, quando a queda do nível do mar expôs os corais ao ar – a mudança de habitat foi praticamente fatal.
Depois, vieram mais três quase-mortes, graças a derretimentos de geleiras após o fim da Era Glacial.
A sexta experiência semifatal, infelizmente, está acontecendo agora. As temperaturas cada vez mais altas nos oceanos começam por desestabilizar as minúsculas algas que vivem dentro dos corais.
São elas que, normalmente, dão cor ao recife, eles vivem uma reação mutualística. O coral oferece “hospedagem” em troca de alimento – e as algas fornecem os nutrientes que obtêm através da fotossíntese.
Na água quente, porém, as algas são expelidas. Os corais se retraem em um estado semivivo e perdem a cor, em um processo conhecido como “embranquecimento da Barreira” – que ficou famosa, justamente, por suas cores inigualáveis.
Só em 2016 — o ano mais quente registrado no mundo — 67% do recife morreu. A esperança é que sua resiliência do passado entre em campo mais uma vez, e ele sobreviva a mais essa.