Uma pesquisa da Universidade de Aarhus, Dinamarca, mostrou que humanos tem preferência por animais de grande por em comparação aos pequenos. Bem, ao menos no quesito carisma. Segundo o estudo, espécimes gigantes, como os elefantes e rinocerontes, só empatam com seres minúsculos – que podem acabar ganhando o público pela fofura.
O carisma animal, ou seja, o quanto ele parece simpático às pessoas, pode ser medido de três formas diferentes. A primeira delas é a partir de sua aparência. Quer dizer, se o animal é bonito e fofo – os coalas e ursos panda são bons exemplos disso. Depois, há a “presença” do animal, o quão notável ele se faz ao ser avistado por humanos. Bom exemplos de bichos nesta categoria são os leões, que demonstram imponência. O último critério envolve as emoções que os animais inspiram nas pessoas. Aqui entra a sensação de felicidade ao ficar com seu bichinho de estimação.
Os cientistas relacionaram o carisma do animal ao seu tamanho após analisarem uma série de dados sobre as espécies mais buscadas na Wikipedia e também aquelas que tinham mais imagens postadas em sites como Twitter e Flickr. Ao final, avaliaram informações de 13.680 espécies, que estavam distribuídas em nove grupos. Participaram do estudo anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
O nível de carisma das espécies foi definido de zero a um pelos pesquisadores. Os maiores valores ficaram para os grandes vertebrados, como aparece no estudo publicado na revista científica Biological Convervation – e que você pode ler clicando aqui.
Para os pássaros e mamíferos, seus tamanhos considerados foram aqueles alcançados na vida adulta, após os animais atingirem a maturidade sexual. Já para os anfíbios e répteis, foi considerada a massa corporal máxima que eles podem atingir, já que continuam crescendo ao longo da vida.
Apesar de as espécies grandes serem as favoritas, o grupo dos pequeninos também consegue achar seu espaço. A lagartixa-anã das Ilhas Virgens (Sphaerodactylus parthenopion), que é um dos menores vertebrados terrestres, com menos de 18 milímetros de comprimento, é um exemplo destes bichinhos carismáticos que batem de frente com os grandões. Os pequenos seres tendem a evocar sentimentos positivos nas pessoas – talvez devido a sua aparência simpática.
Os pesquisadores explicam que a popularidade das espécies tem relação direta com o quanto os humanos estão dispostos a investir para estudá-las e preservá-las. Na nova publicação, é apontada a discrepância de tratamento entre os pequenos e grandes seres, mostrando que os animais maiores recebem mais atenção em questão de conservação devido ao apelo que causam nas pessoas.
Faz sentido: no Brasil, projetos de conservação da fauna nacional costumam priorizar bichos como onças-pintadas, tartarugas e baleias, por exemplo. Outros exemplares de fauna sob risco de extinção – como certas espécies de pássaros e anfíbios que vivem exclusivamente aqui, por exemplo – encontram-se em nível tão grande de ameaça que faltam até mesmo dados relativos à sua preservação. Olhando para essas espécies menos famosas com outros olhos, quem sabe, seja possível recuperar uma parte importante da biodiversidade.