Se você acha que tem hábitos sexuais peculiares, é porque não conhece o louva-deus. A fêmea desse curioso inseto leva o conceito de “predador sexual” a um outro nível: ela costuma literalmente comer seu parceiro após o coito. Uma nova pesquisa, realizada pelos biólogos William Brown, da Universidade de Nova York, e Katherine Barry, da Universidade Macquarie, na Austrália, acaba de entender por quê. Os pesquisadores descobriram que fêmeas que comem os parceiros botam em média 88 ovos — 50 a mais do que as que não comem.
O canibalismo post coitum do louva-deus não é uma regra geral: algo como 72% dos machos escapam vivos. O que Brown e Barry mostraram foi que os machos que viram janta aumentam bastante o número de descendentes — já que deixam mais ovos. Perdem a vida, mas propagam os genes.
Já se sabia que as fêmeas usam o material ejaculado pelo macho para produzir ovos. O que a nova pesquisa mostrou é que, quando o canibalismo ocorre, os ovos são produzidos não apenas com esperma, mas com o corpo inteiro do finado. Por isso a produção aumenta tanto.
A pesquisa foi bem bolada. Os cientistas marcaram as proteínas dos louva-deus machos com uma substância radioativa e depois mediram a radioatividade dos ovos resultantes. Assim puderam provar, sem sombra de dúvida, que boa parte do material do corpo dos mártires sexuais foi parar nos ovos.