Pela primeira vez, uma equipe médica visitou astronautas na Estação Espacial Internacional (ISS) por meio de hologramas. O experimento aconteceu em outubro e foi revelado este mês pela Nasa, em comunicado oficial.
Sim, a telemedicina está indo longe demais – mais especificamente, a 400 quilômetros de altura, na órbita baixa do planeta.
A cena que parece ficção científica foi protagonizada por Josef Schmid, cirurgião de voo da agência espacial americana, sua equipe e Fernando De La Pena Llaca, CEO da Aexa Aerospace – empresa de tecnologia que investe em consultas de telemedicina via “holotransporte” aqui na Terra.
O “holotransporte”, junção de “holograma” e “transporte”, é uma tecnologia que captura imagens e então reconstrói, compacta e transmite modelos 3D de pessoas em tempo real para qualquer lugar. O projeto existe desde 2016 e é desenvolvido pela Microsoft – mas nunca havia estabelecido comunicação entre pessoas tão distantes quanto agora.
O cirurgião da Nasa interagiu com Thomas Pesquet, astronauta francês da Agência Espacial Europeia (ESA). Os dois usaram um óculos especial, chamado Microsoft Hololens Kinect, e um computador com software personalizado desenvolvido pela Aexa. Assim, o astronauta que estivesse com os óculos veria uma imagem 3D da equipe médica e vice-versa.
Os participantes do experimento puderam ver, ouvir e interagir uns com os outros à distância como se estivessem no mesmo espaço físico. Segundo a Nasa, Schmid recebeu até um aperto de mão (virtual) de Pesquet.
Em comunicado, a Nasa afirma que planeja utilizar a tecnologia em futuras missões para consultas médicas e psiquiátricas de astronautas, reuniões familiares e até para promover visitas à ISS. Combinar o holotransporte com tecnologias de realidade aumentada também permitiria que pessoas na Terra se locomovessem pela ISS e trabalhassem junto com astronautas.
“É uma maneira completamente nova de comunicação humana em grandes distâncias […] e de exploração, a partir da qual nossa entidade humana é capaz de viajar para além do planeta”, disse Schmid.