Meditação é melhor que férias, diz estudo
Pode colocar mais essa na conta da meditação: ela altera a expressão dos seus genes, fazendo seu corpo relaxar por 10 vezes mais tempo que em uma viagem de férias.
A boa notícia é que tirar férias faz muito bem para o seu organismo. A má notícia é que esses benefícios acabam pouco depois que você volta para o trabalho. E se fosse possível transformar seus 30 dias de férias em 10 meses de descanso? Não estamos falando de passar quase um ano na beira da praia (infelizmente). Se o que você busca é um relaxamento mais duradouro, um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia garante que vale a pena trocar uma viagem comum por um retiro de meditação.
Para a sorte das “cobaias” do estudo, eles chegaram a essa conclusão mandando 94 mulheres para um resort na Califórnia por uma semana. Parte delas podia aproveitar férias convencionais. O outro grupo era destinado a um “retiro” de meditação, associada a yoga e exercícios reflexivos. Metade dessas moças nunca tinha meditado na vida, enquanto as outras já tinham certa experiência.
Antes e depois da estadia, os cientistas coletaram amostra de sangue e fizeram entrevistas com as voluntárias. Assim que voltaram para casa, todas elas afirmaram que se sentiam bem e com menos estresse. As amostras genéticas confirmavam o bem estar pós-férias.
Os pesquisadores examinaram as mudanças em 20 mil genes. Tanto as turistas quanto as meditadoras tinham um padrão molecular muito diferente depois de uma semana de descanso: a atividade dos genes ligados ao estresse baixou, assim como a função imunológica. Os corpos descansaram, desinflamaram e pararam de produzir proteínas ligadas à tensão.
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Até aí, os resultados só mostraram o que os autores chamaram de “efeito férias”. Independente da atividade realizada nessa uma semana, o afastamento do trabalho e das preocupações já tinham consequências marcantes e positivas no corpo.
Do mesmo jeito que as férias fazem um bem enorme muito rápido, voltar à realidade acaba com toda essa paz e equilíbrio. E é aí que entram as enormes vantagens da meditação.
Um mês depois do passeio, os pesquisadores voltaram a examinar o bem estar das voluntárias. A essa altura, os efeitos do descanso já estavam passando para quem fez uma viagem convencional. Já as voluntárias que começaram a meditar no retiro relataram menos sintomas de estresse e depressão até o último teste, feito 10 meses depois da semana no resort.
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E os benefícios só aumentavam conforme o tempo de prática da meditação. As moças mais experientes que foram ao retiro apresentaram um pico na atividade antiviral no corpo, fortalecendo as respostas de defesa.
Além disso, as voluntárias tinham atividade aumentada da proteína telomerase, que ajuda a alongar os telômeros, região nas extremidades dos cromossomos que ajuda a proteger o material genético. Telômeros curtos são associados ao envelhecimento precoce, diabetes e alguns tipos de câncer.
Para os cientistas, o estudo mostra que o efeito da meditação é profundo a ponto de, rapidamente, alterar a expressão gênica e aliviar o sistema imunológico, que vive a pressão diária de proteger nosso corpo contra o impacto do estresse – e uma possível consequência disso é o envelhecimento mais saudável.