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Missão da Nasa quer trazer à Terra rochas coletadas em Marte

Sair da Terra, explorar o planeta vermelho, reunir amostras e retornar para casa. Tudo até 2032.

Por SUPER
22 nov 2019, 20h22
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  • Sair da Terra. Aterrissar em Marte. Coletar amostras do solo marciano. Deixar o planeta vermelho e iniciar a missão de volta à Terra. Chegar ao planeta-mãe com um pouquinho da geologia de nosso vizinho na bagagem.

    Simples, não? A rigor, é algo parecido ao que as missões Apollo fizeram décadas atrás na Lua, uma tarefa essencial para que pudéssemos entender a composição da superfície lunar e orientássemos melhor nossa exploração espacial. Agora, se quisermos percorrer distâncias mais longas pela galáxia, é preciso fazer o mesmo com um planeta. Melhor dizendo, com Marte, o melhor candidato a se tornar nossa segunda casa até agora.

    “É um consenso entre a comunidade científica atual que, se quisermos responder as questões mais importantes sobre Marte – como, por exemplo, se já houve vida por lá – precisaremos trazer material marciano para nossos laboratórios na Terra”, disse Brian Muirhead, pesquisador do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL) que está liderando a missão, durante o 70° Congresso Internacional de Astronáutica.

    O projeto que pretende realizar essa tarefa existe; mobilizou a Nasa, a agência espacial americana, e a ESA (equivalente do órgão na Europa), e vai custar a bagatela de R$ 7 bilhões. Trata-se de uma mega-operação, que envolve três foguetes de grande porte, dois rovers (robôs-carrinho com o tamanho de um carro utilitário), uma cápsula blindada e um procedimento inédito: o primeiro lançamento de foguete a partir de outro planeta. Tudo até 2032, ano em que a missão vai retornar à Terra, vale ressaltar.

    A boa notícia é que as agências espaciais já tem uma ideia de como farão para tirar isso do papel. Esse projeto ousado, na verdade, terá início já em 2020. Em julho do ano que vem, um rover da Nasa chamado Mars 2020 vai ser lançado a bordo de um foguete com destino ao Planeta Vermelho.

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    A máquina custou US$ 2,5 bilhões, e está programada para aterrissar em Jezero – uma cratera marciana específica, localizada próximo a um rio seco – em fevereiro de 2021. A tarefa desse carrinho inicial é vagar pelo nosso vizinho de sistema solar tentando identificar as áreas mais promissoras para se coletar pedaços do solo, e preparar amostras para o passo seguinte.

    Cumprida essa primeira etapa, a ideia é mandar uma segunda missão a Marte em meados da década de 2020 – mais precisamente em 2026, segundo estimativas iniciais. Esse rover, feito para para de fato colocar a mão na massa, chega por lá à bordo de um foguete em 2028. O carrinho deverá encher um total de 30 tubinhos do tamanho de uma caneta, cada um com de 20 gramas pedacinhos de rocha de Marte – além de dois frascos com um pouco da atmosfera marciana.

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    Por fim, o conteúdo será embarcado em um contêiner de titânio, do tamanho de uma bola de basquete, que será levado por um terceiro foguete. Aí, só fica faltando a parte mais difícil: meter o pé do Planeta Vermelho. Para economizar combustível, a nave passará o ano seguinte acumulando energia com a ajuda de painéis solares, até que consiga sair da órbita de Marte. Como o foguete fará para deixar a superfície marciana e iniciar a volta, no entanto, é algo que os cientistas ainda não detalharam. O que se sabe é que o veículo de retorno, por fim, vai de alguma forma iniciar sua trajetória de volta à Terra e, do espaço, abandonar a cápsula – que, placidamente, descerá pela atmosfera terrestre.

    O plano, ao menos na teoria, já está traçado. “Vale todo esse esforço para conseguir apenas uns fragmentos de Marte?”, você, leitor desconfiado, deve estar se perguntando. A Nasa não tem dúvidas de que sim, vale. O jeito é aguardar as cenas dos próximos capítulos.

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