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Neandertais provavelmente comiam carne com larvas, sugere novo estudo

Hipótese contradiz ideia de que esses hominídeos eram “hipercarnívoros”; entenda.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 11 ago 2025, 12h01 - Publicado em 10 ago 2025, 18h00

Por muito tempo, cientistas acreditaram que os neandertais eram “hipercarnívoros”, ou seja, que tinham uma dieta quase inteiramente composta por carne animal, parecida com a de predadores como leões e hienas. Um novo estudo, porém, contradiz essa ideia – e conclui que esses hominídeos extintos possivelmente comiam grandes quantidades de larvas.

A pesquisa foi publicada na revista Science Advances e foca na análise dos átomos que formam os ossos dos neandertais. Restos mortais encontrados nos últimos séculos têm altos níveis de nitrogênio-15, um isótopo que acumula em maiores quantidades quanto mais carne um animal come. Predadores no topo de cadeias alimentares como lobos apresentam muito nitrogênio-15.

Por conta disso, neandertais eram considerados “hipercarnívoros” – uma diferença relevante em relação aos humanos, que são onívoros. Mas ainda havia um mistério nessa história: os hominídeos, até onde sabemos, não conseguem digerir e absorver quantidades absurdas de proteínas. Como os neandertais viviam só de carne, então? Parecia impossível.

Agora, cientistas da Universidade de Purdue, nos EUA, têm uma nova hipótese: na verdade, eles não eram realmente hipercarnívoros. Os altos níveis de nitrogênio-15 podem ser explicados por um ingrediente nojento: larvas.

Segundo os cientistas, uma hipótese provável é que os neandertais faziam nas carnes um processo parecido com o de fermentação, deixando-a “apodrecer” por um tempo antes de consumi-la. Nesta espera, moscas colocariam ovos na carne e as larvas nasceriam. Na hora do banquete, nada seria descartado – e os insetos, ricos em gordura, faziam parte do menu.

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A equipe testou a ideia na prática com tecidos humanos doados para a ciência que ficaram dois anos apodrecendo. Quanto mais tempo em decomposição, maior era o nível de nitrogênio-15, e o isótopo aumentava ainda mais nas larvas que se alimentavam da carne fermentada.

Embora pareça estranho comer carne “podre”, há culturas humanas que mantêm essa tradição até hoje, então é possível que nossos primos extintos também a praticassem.

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Segundo os cientistas, essa dieta explicaria os altos níveis de nitrogênio-15 nos ossos neandertais sem envolver altas quantidades de carne, o que faria mais sentido. No entanto, não é uma resposta final – novos estudos precisam explorar a hipótese. Um ponto fraco da pesquisa, por exemplo, é ter analisado a evolução da quantidade de nitrogênio-15 em carne putrefata humana, e não em animais que os neandertais realmente comiam, como veados. 

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