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O chão está ficando mais quente – e pode danificar as construções acima

Além do metrô e tubulações subterrâneas, o aquecimento global também está influenciando na temperatura do subsolo das cidades.

Por Caio César Pereira
11 ago 2023, 16h57
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  • Há mais ou menos dois meses, uma notícia deixou as pessoas em alerta: caso você queira ter a chance de ver o Homem-Aranha se pendurando pelos prédios de Nova York, é melhor se apressar: a cidade está afundando. Agora, uma pesquisa publicada na Nature revelou algo ainda pior: a grande maçã pode não ser a única. O aquecimento global pode estar esquentando demais o solo, o que pode colocar em risco literalmente tudo que está acima dele.

    Utilizando um modelo em 3D, um engenheiro da Universidade Northwestern, Alessandro Rotta Loria, simulou a variação de temperatura no subsolo na cidade de Chicago. A análise foi feita no distrito de Chicago Loop, famoso centro financeiro da cidade, simulando um período que vai desde a construção dos túneis de metrô na cidade, em 1951, até o não tão longínquo ano de 2051. 

    Os resultados mostraram uma variação de 1 a 5 ºC por toda a extensão do distrito, com um aumento de temperatura de mais ou menos 0,14 ºC por ano. Pode parecer pouco, mas o aumento a longo prazo pode ser um risco para as construções acima. As construções mais modernas geralmente já são feitas para suportar essas variações, mas outras mais antigas podem não ter a mesma sorte.

     

     

    “É muito provável que a mudança climática subterrânea já tenha causado rachaduras e afundamentos excessivos de fundações que não associamos a esse fenômeno porque não estávamos cientes dele”, diz Rota Loria.

    Esse aumento de temperatura no subsolo não é algo novo e até tem nome: ilhas de calor subterrâneas. Ilha de calor é aquele fenômeno climático que acontece nos centros urbanos, onde a temperatura costuma ser maior do que nas zonas rurais. As ilhas de calor subterrâneas funcionam da mesma forma, mas debaixo da terra. O solo (e até mesmo as águas subterrâneas) de grandes centros urbanos como Nova York, Londres, Berlim ou Istanbul são mais quentes do que as regiões mais afastadas.

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    Às vezes essa variação pode acontecer dentro do próprio perímetro urbano. A pesquisa mostrou que a região norte de Chicago Loop, onde há mais prédios, teve um solo mais quente quando comparado com o da parte sul.

    Como o calor também é liberado pelo metrô e outras tubulações, o material de construção é feito de forma a absorver esse excedente. O problema é que certos materiais, como argila com grãos finos (presentes no subsolo de Chicago, por exemplo), são mais sensíveis na presença de água e calor.

    Apesar disso tudo parecer um tanto quanto apocalíptico, Rotta Loria tranquiliza um pouco: “Embora esse fenômeno não seja necessariamente perigoso para a segurança das pessoas, ele afetará as operações normais do dia a dia dos sistemas de fundação e infraestrutura civil em geral.”

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    Isso significa que além de ficar de olho nas construções antigas, é preciso também se atentar no tipo de material utilizado nas novas construções. Isso porque, apesar de não representar um perigo direto para as pessoas, o aumento da temperatura pode afetar a estética, funcionamento e durabilidade das estruturas.

    Mas nem tudo é tragédia. Algumas cidades já passaram a adotar formas de reaproveitar esse calor. Paris, por exemplo, passou a fazer a chamada reciclagem de calor.  Aqui, você pega o calor produzido por metrôs, trens e afins, e o converte em energia que pode ser utilizada para aquecer prédios e apartamentos.

    Claro que está longe do ideal, mas visto que as mudanças climáticas estão esquentando a nossa chapa cada vez mais, desenvolver métodos para reutilizar esse calor pode nos ajudar a suportar um pouco mais as inerentes consequências.

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