Um estudo da universidade de Arkansas colocou quatro espécies de micro-organismos terrestres em condições de baixa pressão atmosférica, similares às de um aquífero subterrâneo em Marte: Methanothermobacter wolfeii, Methanosarcina barkeri, Methanobacterium formicicum, e Methanococcus maripaludis. Todos conseguiram sobreviver e manter seus processos metabólicos.
As espécies são arqueias metanogênicas organismos primitivos que não precisam de oxigênio, extraindo sua energia do hidrogênio e usando o dióxido de carbono como material de construção celular, produzindo metano como resultado. Se a última expressão ativou uma risadinha interna é porque, sim, elas vivem nos intestinos e são responsáveis por parte dos gases – a parte que, junto como o hidrogênio, os torna inflamáveis e uma fonte infinita de piadas práticas. Mas também vivem em pântanos e outros locais insalubres, causando o macabro fogo fátuo.
As arqueias não são bactérias, nem eucariotas – isto é, os organismos com as células mais avançadas, das amebas e algas até você. “Esses organismos são candidatos ideias à vida em Marte”, afirma Rebecca Nichols, estudante de doutorado e coautora do estudo, apresentado na última convenção geral da Sociedade Americana de Microbiologia. “Todas as espécies de metanogênicos mostraram sobreviver após a exposição à baixa pressão, indicada pela produção de metano tanto nas culturas originais e as transferidas após o fim de cada experiência. Este trabalho representa um passo crucial em determinar se metanogênicos podem existir em Marte”.
Nichols também é autora de estudos anteriores, que provaram que esses organismos são capazes de sobreviver a ser congelados e descongelados diariamente, como acontece com os aquíferos no subsolo de Marte.
Referência:
Earth organisms survive under low-pressure Martian conditions, ScienceDaily: https://www.sciencedaily.com/releases/2015/06/150602125843.htm