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Países europeus detectam aumento misterioso nos níveis de radiação em junho

Calma, não é a nova Chernobyl. Os níveis são baixos demais para causar danos a humanos, mas a origem da radiação permanece incerta.

Por Bruno Carbinatto
Atualizado em 29 jun 2020, 19h02 - Publicado em 29 jun 2020, 19h00
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  • Um aumento estranho, porém inofensivo, nos níveis de radiação foi detectado por autoridades europeias no mês de junho. A origem do fenômeno não foi identificada e nenhum país assumiu a responsabilidade pela anomalia até agora, apesar de evidências levantarem suspeitas sobre a Rússia.

    O alerta veio primeiro de autoridades suecas, que detectaram “níveis muito baixos das substâncias césio-134, césio-137, cobalto-60 e rutênio-103″ na atmosfera do país na primeira quinzena de junho. Mesmo pequena, a quantidade está acima do normal, a ponto de ser capturada por estações que medem radiação no país. No entanto, ela é absolutamente inofensiva para os seres humanos e para o meio-ambiente, como lembrou o governo da Suécia. Posteriormente, a Finlândia e a Noruega, que fazem fronteira com a Suécia, também reportaram resultados similares.

    As observações iniciais também mostraram que os isótopos eram artificiais e frutos de fissão nuclear – processo utilizado, por exemplo, em usinas e bombas nucleares –, o que prova que a origem é alguma atividade humana, e não da natureza.

    Essa constatação logo chamou a atenção da Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, uma colaboração internacional que monitora os níveis de radiação pelo mundo a fim de tentar descobrir se algum país está testando armas nucleares secretamente (o que seria obviamente uma preocupação global). A rede internacional confirmou as medições feitas pelos países, mas afirmou que os baixos níveis encontrados possivelmente indicam uma atividade civil, e não militar – ou seja, a origem foi provavelmente uma usina nuclear, e não uma bomba. Alguns dias depois, Lassina Zerbo, diretor da instituição, publicou em seu Twitter um mapa mostrando a área onde a possível origem do fenômeno se encontra.

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    A área assinalada do mapa cobre territórios de países como Rússia, Finlândia, Suécia, Noruega, Dinamarca, Estônia, Letônia e possivelmente Belarus, além de pedaços do oceano. Zerbo lembrou, porém, que não é responsabilidade da Organização identificar o ponto de origem exato da radiação.

    Os três países nórdicos que reportaram o fenômeno não tentaram cravar a origem da anomalia, afirmando não haver evidências disponíveis o suficiente, mas disponibilizaram seus dados para outros cientistas. O Instituto de Saúde Pública e Meio Ambiente dos Países Baixos, por sua vez, analisou os números disponíveis e concluiu que a combinação de substâncias radioativas provavelmente veio de um vazamento de uma usina nuclear.

    O órgão holandês foi além e disse que os cálculos mostram que a radiação chegou até as estações na Escandinávia vindo da direção sudeste. Isso levou alguns jornais pelo mundo a noticiar que o Instituto estava afirmando que a radiação vinha de algum lugar do noroeste da Rússia (que fica no sudeste da Escandinávia), embora o próprio órgão depois tenha deixado mais claro que apenas calcularam a direção pela qual a radiação caminhava, mas não conseguiam cravar o ponto de origem exato dela.

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    Mesmo assim, a Rússia logo ficou sob os holofotes quando internautas começaram a suspeitar do país como o possível culpado. Em entrevista a agência de notícias russa TASS, um porta-voz anônimo da empresa Rosenergoatom, ligada à estatal de energia nuclear russa Rosatom, afirmou que as duas usinas nucleares no noroeste do país não apresentaram nenhum problema e nenhuma anomalia foi identificada na Rússia quanto aos níveis de radiação, e que certamente não eram a origem. Essas duas usinas estão dentro da área assinalada no mapa da possível origem da radiação.

    O mistério é bastante parecido com um outro episódio que aconteceu na Europa em 2017. Em setembro daquele ano, pequenas porém anormais quantidades de rutênio-106 foram detectadas em vários locais da Europa, incluindo em países mais ao oeste, como França e Suíça. Apesar de não apresentar nenhum risco a saúde da população em geral, pesquisadores especularam que pessoas muito próximas do ponto de origem da radiação pudessem estar sob perigo. Então, se iniciou um esforço internacional para encontrar o local de vazamento.

    Desde então, evidências crescentes de diversos países colocaram novamente a Rússia no centro das suspeitas, em especial a usina nuclear de Mayak, mas o governo do país sempre negou. Inicialmente, as autoridades russas disseram que não haviam identificado nenhuma anomalia; algum tempo depois, confirmaram que o país tinha níveis de radiação anormais, porém eram os mesmos do resto da Europa, e que não era dali que os isótopos tinham vazado. Até hoje não se sabe com certeza a origem do fenômeno de 2017, embora cientistas de diversos países acreditem que ela tenha de fato vindo da Rússia, mais especificamente da região de Ural, onde fica a usina de Mayak.

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