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Por que as baleias têm cérebro tão grande?

Cientistas batem cabeça para determinar se jubartes, golfinhos e companhia são mesmo tão inteligentes quanto os grandes macacos e nós

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h37 - Publicado em 31 Maio 2008, 22h00
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  • Texto Reinaldo José Lopes

    A aura de mitos em torno da inteligência dos cetáceos, o grupo de mamíferos marinhos que engloba baleias e golfinhos, é de deixar a velha lenda do boto no chinelo. O fato indiscutível é que muitos desses bichos possuem cérebro avantajado. Saber pra que diabos serve tanto neurônio é que é o problema.

    Pelo menos alguns cetáceos – em especial os odontocetos, “baleias dentadas”, como golfinhos e orcas – possuem um cérebro que, além de grandalhão, é estruturalmente complexo. Um dos jeitos de medir isso é examinar a quantidade de dobrinhas no córtex, camada cerebral externa considerada a sede da razão e da consciência.

    Essas dobrinhas estariam ligadas à quantidade de processamento mental que pode ser empacotada numa mesma região do órgão. Levando isso em conta, o neurocientista americano R. Douglas Fields fez uma conta interessante. Se fosse possível desdobrar todo o córtex de uma pessoa, tornando-o plano, teríamos uma superfície de 2 275 cm2 – ou seja, mais ou menos um guardanapo de papel. Caso fizéssemos a mesma coisa com o córtex de um golfinho-comum (Delphinus delphis), o tamanho final seria de 3 745 cm2 (isto é, mais ou menos uma folha de jornal aberta).

    CONTESTADORES

    Diante do fato óbvio de que os cetáceos não construíram uma civilização tecnológica como nós, outros cientistas tentam minimizar a importância do tamanho cerebral das criaturas. Eles sugerem que, há uns 35 milhões de anos, os oceanos esfriaram tanto que o cérebro dos bichos precisou desenvolver grande quantidade de células produtoras de calor para não congelar. No entanto, se o aumento cerebral casa com o frio dos mares, também casa com o surgimento da ecolocalização, a capacidade que vários odontocetos têm de usar ecos para detectar objetos dentro d’água. Nesse caso, é possível que a ecolocalização, junto com a formação de grupos sociais complexos, tenha alavancado essa inflação cerebral.

    “O assunto ainda é controverso”, diz Marcos César Santos, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio de Claro. “Em muitos casos, o tamanho relativo do cérebro de odontocetos é menor do que o de focas e seus parentes, que não fazem ecolocalização.” Contudo, sabemos que ao menos alguns cetáceos têm vida social tão complexa quanto os macacos. A necessidade de manipular parceiros e adversários talvez seja o suficiente para manter ocupada a massa encefálica desses animais – processo que também teria impulsionado a evolução do nosso próprio cérebro.

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    O maior cérebro de um mamífero em relação ao corpo é o do musaranho-arborícola – bicho do tamanho de um camundongo.

    Quem é o mais cabeçudo

    Colocando cérebro e corpo na balança, o homem ainda ganha
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    Baleia Fin

    CÉREBRO: 6,9 kg

    PE: 90 t

    PORCENTAGEM DO CÉREBRO No peso CORPORAL: 0,01%

    A fin, sem dentes, é uma das baleias mais “burras”.

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    Cachalote

    CÉREBRO: 7,8 kg

    PE: 37 t

    PORCENTAGEM DO CÉREBRO NO PE CORPORAL: 0,02%

    Como odontoceto, ele já sinaliza um aumento cerebral.

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    Vaca

    CÉREBRO: 5,6 kg

    PE: 6 t

    PORCENTAGEM DO CÉREBRO NO PE CORPORAL: 0,09%

    As orcas são, na verdade, golfinhos supercrescidos.

    Orca

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    CÉREBRO: 5,6 kg

    PE: 6 t

    PORCENTAGEM DO CÉREBRO NO PE CORPORAL: 0,09%

    As orcas são, na verdade, golfinhos supercrescidos.

    Elefante Africano

    CÉREBRO: 7,5 kg

    PE: 5 t

    PORCENTAGEM DO CÉREBRO NO PE CORPORAL: 0,15%

    Memória aguçada indica inteligência considerável dele.

    Golfinho

    CÉREBRO: 1,6 kg

    PE: 170 kg

    PORCENTAGEM DO CÉREBRO NO PE CORPORAL: 0,94%

    Brincalhão, curioso e capaz até de usar ferramentas.

    Homem

    CÉREBRO: 1,5 kg

    PE: 70 kg

    PORCENTAGEM DO CÉREBRO NO PE CORPORAL: 2,1%

    Nós: o mamífero que mais investiu no próprio cérebro.

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