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Por que engenheiros defendem criar um fuso horário para a Lua?

Essa iniciativa ajudaria na comunicação entre as missões lunares e nos sistemas de navegação – mas ninguém disse que será fácil.

Por Luisa Costa
Atualizado em 2 mar 2023, 16h02 - Publicado em 2 mar 2023, 16h02
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  • Que horas são na Lua? Ninguém sabe. E, na verdade, essa nem é uma pergunta válida de se fazer. O tempo do satélite natural da Terra é, para todos os fins práticos, o mesmo tempo do nosso planeta azul. As agências espaciais que planejam missões até a Lua tomam como referência os fusos horários de seus países de origem, todos baseados no Tempo Universal Coordenado – UTC, na sigla em inglês, o “fuso zero”. Acontece que esse método está prestes a se tornar bastante problemático.

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    É o que defendem os engenheiros da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) e outros especialistas. A questão é que a órbita e a superfície do satélite devem ficar mais movimentadas nos próximos anos. Mais de dez países pretendem realizar ou participar de missões lunares até 2024, como os Estados Unidos – que em novembro lançaram a missão Artemis 1 –, a Rússia e a China. (Saiba mais sobre a reconquista da Lua nesta matéria da Super.)

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    “Como dezenas de missões estarão operando na Lua e ao redor dela [nos próximos anos] e precisarão se comunicar e fixar suas posições independentemente da Terra, essa nova era exigirá seu próprio tempo”, defende a ESA em comunicado publicado nesta semana. Ou seja, estabelecer um “fuso horário da Lua” ajudaria a coordenar missões lunares de agências diferentes e permitiria a criação de um sistema de navegação via satélite a partir de 2030 – um GPS que ajudaria os astronautas a se movimentar por lá.

    Esta não é uma ideia nova. Mas ela apareceu em uma conferência realizada no ano passado no Centro Europeu de Pesquisa e Tecnologia Espacial, na Holanda – e desde então virou objeto de discussão entre os especialistas em viagens espaciais.

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    Pietro Giordano, engenheiro de sistemas de navegação da ESA, disse que os participantes da reunião concordaram sobre a importância e a urgência de se definir um tempo lunar de referência, que seja aceito internacionalmente e usado por todos os sistemas lunares. “Um esforço internacional conjunto está direcionado para alcançar isso”, ele afirma.

    Só que estabelecer um fuso horário lunar não é simples. Veja só: relógios no satélite se movimentam mais rápido do que seus equivalentes terrestres e ganham 56 microssegundos por dia. Mas a velocidade do tic-tac depende da posição e altitude exata do relógio. Uma possibilidade que está em discussão seria combinar três relógios atômicos para gerar um horário virtual – e um UTC da Lua.

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    Há outros vários tópicos de debate. Por exemplo: uma única organização seria responsável por definir e manter o tempo lunar? Ele seria definido de forma independente na Lua ou mantido em sincronia com a Terra, de alguma forma?

    “Este será um grande desafio”, disse Bernhard Hufenbach, membro da diretoria de Human and Robotic Exploration, da ESA. “Mas, tendo estabelecido um  sistema de tempo para a Lua, podemos fazer o mesmo para outros destinos planetários.”

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