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Procurando Nemo? Peixes-palhaço e anêmonas estão desaparecendo por causa de ondas de calor

O aumento da temperatura no Mar Vermelho levou ao branqueamento da maioria das anêmonas estudadas – e à morte de quase 100% dos peixes-palhaços monitorados.

Por Bruno Carbinatto
19 set 2025, 16h00

Procurando Nemo, mas com um final triste: um novo estudo mostrou que ondas de calor dos últimos anos estão devastando a relação cooperativa entre anêmonas e peixes-palhaços no Mar Vermelho. Como consequência, as populações desses animais na região estão colapsando.

O estudo foi feito por cientistas da Universidade de Boston, nos EUA, e da King Abdullah University of Science and Technology, na Arábia Saudita, e publicado no periódico npj Biodiversity.

Peixes-palhaços e anêmonas-do-mar formam uma das relações cooperativas mais conhecidas do mundo animal: os peixes, que possuem uma camada de muco em suas escamas, são imunes ao veneno das anêmonas, e por isso podem se abrigar dentro de seus tentáculos, protegidos de predadores. Ao mesmo tempo, eles protegem suas “casas” de ataques e compartilham comida com o invertebrado.

Acontece que anêmonas podem passar por um processo chamado de “branqueamento”. Isso ocorre quando algas microscópicas que vivem em seus tecidos morrem ou são expelidas, fazendo com que o animal perca sua cor. As algas são responsáveis por fazer fotossíntese e fornecer energia para as anêmonas; sem elas, o organismo fica fragilizado e pode morrer. (O branqueamento também ocorre, da mesma maneira, em corais.)

Um dos motivos que pode causar o branqueamento de anêmonas são ondas de calor, e são elas as protagonistas do novo estudo.

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Entre 2022 e 2024, os cientistas monitoraram populações de peixes-palhaço (Amphiprion bicinctus) que vivem em anêmonas (Radianthus magnifica) em três corais específicos do Mar Vermelho, próximo à Arábia Saudita.

Em 2023, uma grande onda de calor ocorreu na região, e as consequências foram devastadoras. 100% das anêmonas estudadas passaram por processos de branqueamento que chegaram a durar seis meses, e os cientistas estimam que entre 66% e 94% delas tenham morrido por causa disso. Como consequência, entre 94% e 100% das populações de peixes-palhaços observadas também pereceram.

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Os resultados são ainda mais chocantes se considerarmos que o Mar Vermelho é um lugar naturalmente quente, e que, por isso, os animais que ali vivem já estão adaptados a uma certa dose de calor. “O fato de que até mesmo este ‘refúgio térmico’ esteja entrando em colapso de diferentes maneiras é especialmente horrível”, diz Morgan Bennett-Smith, doutorando da Universidade de Boston e um dos autores do estudo. “[O local] não está se mostrando o porto seguro que pensávamos que fosse.”

O estudo levanta um alerta urgente em meio ao aquecimento global causado por humanos, que leva a ondas de calor cada vez mais frequentes. 

A análise focou em populações específicas do Mar Vermelho, mas outras pesquisas mostram que o branqueamento de anêmonas não é exclusivo de lá: já foram registrados no Pacífico, por exemplo. Um artigo recente mostrou que, para sobreviver às ondas de calor, alguns peixes-palhaços diminuem de tamanho; leia aqui.

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