18 mil. Esse é o número de espécies identificadas de formigas pelo mundo (no Brasil, são duas mil espécies diferentes), sem contar as que ainda não foram catalogadas por cientistas.
Beleza. Mas e o número de indivíduos? Pelo tamanho, é difícil manter uma contagem. claro. Até então, havia apenas suposições do número populacional – mas faltavam estimativas baseadas em evidências.
Recentemente, cientistas conduziram uma análise de 489 estudos de populações de formigas, feitos por pesquisadores de várias partes do planeta. As pesquisas abrangiam todos os continentes e vários de seus habitats mais comuns, como florestas, desertos e cidades.
O resultado, publicado na última segunda (19) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, foi a estimativa de 20.000.000.000.000.000 (20 quadrilhões) de formigas. Em comparação, a população mundial (7,753 bilhões de pessoas) equivale a 0,000035% da população de formigas.
É alto: o número é entre duas a vinte vezes maior do que as estimativas anteriores. Mas ainda é um valor considerado conservador pelos pesquisadores.
“Nossa estimativa é mais confiável porque usa dados sobre formigas que foram observados diretamente no campo, além disso, usamos menos suposições,” escrevem os cientistas para o site de divulgação científica The Conversation.
Eles também estipularam quanto essa quantidade de formigas representa em massa. A forma mais comum de medir a massa de organismos é quantificar o carbono de sua composição. Assim, a biomassa de todas as formigas da terra é o equivalente a 12 milhões de toneladas de carbono – mais do que a biomassa de mamíferos e pássaros selvagens juntos, e 20% da biomassa de todos os humanos.
O carbono representa metade da composição de uma formiga. Caso o restante do corpo também fosse considerado no cálculo, o número seria ainda maior.
A análise também revelou que formigas não estão distribuídas de forma homogênea pelo planeta. Elas costumam se concentrar nos trópicos, o que só reforça a importância dessas regiões para as mais diversas espécies. Elas também são particularmente abundantes nas florestas e, para surpresa dos pesquisadores, nas regiões áridas. Em ambientes com forte influência humana, como cidades, elas eram menos comuns. O que também mostra como as ações humanas podem interferir nos ecossistemas.