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Um robô está aprendendo a rir como seres humanos

Cientistas estão desenvolvendo um sistema de Inteligência Artificial que diferencia a hora de uma risada contagiante de quando é para rir só por educação.

Por Alexandre Carvalho
Atualizado em 15 set 2022, 18h43 - Publicado em 15 set 2022, 18h40
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  • Nem toda risada é igual, você sabe. Há aquele sorriso amarelo de quem não gostou muito do que ouviu, há a risada contagiante, há aquela que brota só para não deixar sem graça um amigo que contou uma piada fraca… Pois agora cientistas estão desenvolvendo um sistema de Inteligência Artificial que sabe diferenciar cada ocasião e rir como nós: de maneiras diferentes de acordo com situações diferentes. 

    O robô se chama Erica, e é o experimento bem-humorado de uma equipe de pesquisadores liderada por Koji Inoue, da Universidade de Quioto, no Japão. Essa equipe reuniu dados de treinamento de mais de 80 diálogos de speed-dating (um tipo de organização em que solteiros vão trocando de mesa para conhecer um grande número de pretendentes, em pouco tempo, e ver com quem dá match) entre estudantes universitários do sexo masculino e o robô, que foi inicialmente operado por quatro atrizes amadores.

    Os dados de diálogo foram classificados como risadas espontâneas, risadas sociais (quando o humor não está envolvido, como em risadas educadas ou envergonhadas) e risadas de alegria. Esses dados foram usados ​​para treinar um sistema de learning machine a decidir se deveria rir e, se fosse o caso, escolher o tipo apropriado de risada.

    “Achamos que uma das funções importantes da IA conversacional é a empatia”, aponta Koji Inoue. “Então decidimos que uma maneira de um robô ter empatia com os usuários é compartilhar suas risadas.”

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    Com base nos arquivos de áudio, o algoritmo aprendeu as características básicas das risadas sociais, que tendem a ser mais contidas, e das risadas alegres, com o objetivo de rir certo nas situações apropriadas.

    “Nosso maior desafio neste trabalho foi identificar os casos reais de risadas compartilhadas, o que não é fácil porque, como você sabe, a maioria das risadas não é compartilhada”, disse Inoue. “Tivemos que categorizar cuidadosamente exatamente quais risadas poderíamos usar para nossa análise e não apenas assumir que qualquer risada pode ser respondida.”

    A equipe testou o “senso de humor” de Erica criando quatro diálogos curtos para compartilhar com uma pessoa, integrando o novo algoritmo de risada compartilhada no software de conversação existente. Estes foram comparados a cenários em que Erica não ria ou emitia uma risada social toda vez que detectava risadas.

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    Os clipes foram reproduzidos para 130 voluntários que avaliaram o algoritmo do riso compartilhado mais favoravelmente para empatia, naturalidade, semelhança humana e compreensão.

    A equipe disse que o riso pode ajudar a criar robôs com personalidades distintas. “Achamos que eles podem mostrar isso por meio de seus comportamentos de conversação, como rir, olhar nos olhos, seus gestos e estilo de fala”, disse Inoue.

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