Vacina da Pfizer tem eficácia de apenas 12% em crianças; entenda o possível motivo
Estudo feito nos EUA indica forte queda na proteção contra infecção, que passou a ser de 12%, e também na eficácia contra Covid grave, que caiu de 100% para 48%; surgimento da Ômicron é fator importante, mas há outro elemento envolvido; saiba qual
Estudo feito nos EUA indica forte queda na proteção contra infecção, que passou a ser de 12%, e também na eficácia contra Covid grave, que caiu de 100% para 48%; surgimento da Ômicron é fator importante, mas há outro elemento envolvido; saiba qual
A vacina da Pfizer reduz em apenas 12% os casos de infecção pelo coronavírus em crianças de 5 a 11 anos. Foi o que constatou um estudo publicado pela Universidade Estadual de Nova York, que analisou os casos de Covid nessa faixa etária entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022 – período que coincide com o surgimento e a ascensão da variante Ômicron.
À primeira vista, a Ômicron parece ser a responsável pela forte queda na efetividade da vacina em crianças de 5 a 11 anos – que, antes do surgimento dessa variante, era de 68%. Porém, o estudo também avaliou adolescentes de 12 a 17 anos, e nessa faixa etária a redução não foi tão forte: a proteção contra infecção sintomática caiu de 66% para 51%.
O estudo traz uma possível explicação: a dose da vacina. Nos Estados Unidos, as crianças de 5 a 11 anos recebem duas doses de 10 microgramas da vacina da Pfizer – bem menos do que os adolescentes, em que a dose é de 30 microgramas, a mesma aplicada em adultos.
A redução da dose infantil é uma tentativa de minimizar possíveis efeitos colaterais. A vacina ainda não foi liberada para crianças com menos de 5 anos; os testes clínicos nessa faixa etária estão usando doses ainda menores, de 3 microgramas.
Mas o novo estudo mostrou que a dose reduzida pode comprometer a proteção oferecida pela vacina. “A descoberta de uma efetividade marcantemente menor em crianças de 11 anos, se comparadas com outras de 12 e 13 anos, a despeito de sua fisiologia similar, sugere que a dose mais baixa pode explicar a menor efetividade na faixa etária entre 5 e 11 anos”, diz o estudo.
Os 12% de efetividade são contra infecção. Mas o estudo também apontou forte queda na proteção contra Covid grave, que caiu de 100% para 48%. Já entre os adolescentes, que tomam a dose maior, essa queda não foi tão intensa: de 94% para 73%.
O estudo reflete o uso de duas doses da vacina, tanto em crianças quanto em adolescentes. Em janeiro, a FDA americana autorizou a terceira dose para adolescentes, mas apenas 12,5% dessa faixa etária haviam recebido esse reforço no período avaliado pelo estudo. A dose de reforço ainda não foi liberada para crianças de 5 a 11 anos.