Um verdadeiro escândalo pode mudar o veredito de mais de 30 mil casos julgados pelo sistema judicial do estado americano de Massachusetts. Segundo a promotoria local, a química Sonja Farak, de 37 anos, ex-funcionária do laboratório Amherst, que fazia testes de substâncias para a justiça, trabalhou sobre influência diária de drogas por quase 8 anos.
De acordo com a investigação, Farak usava metanfetamina, quetamina, cocaína e LSD diariamente, incluindo no seu depoimento à corte. A americana já foi condenada a 18 meses de prisão, em janeiro de 2014, por roubar cocaína do laboratório e consumir drogas que eram usadas como padrões para testes solicitados pela polícia.
Através de uma porta-voz, Maura Healey, advogada-geral do estado, disse que as novas revelações “terão implicações em muitos casos e que isso coloca em xeque a integridade do nosso sistema”.
Luke Ryan, advogado de Sonja, afirmou ao Boston Herald que a química participou de mais de 30 mil casos entre 2005 e 2013, período em que trabalhava para a Amherst. O Sindicato das Liberdades Civis Americanas de Massachusetts (ACLU, em inglês), comparou o número de casos que Sonja pode ter influenciado com as ações de Annie Dookhan, que comprometeu mais de 40.000 decisões ao falsificar resultados quando era funcionária de um laboratório estatal em Boston.
Para Matthew Segal, diretor jurídico da ACLU, os promotores que conseguiram condenações devido aos relatórios de Farak devem “identificar e avisar todos os possíveis afetados durante os processos”. Charlie Baker, governador do estado, declarou que será necessário alocar mais dinheiro para lidar com esse escarcéu. “Nós acreditamos em conversas com os tribunais para garantir que as pessoas afetadas tenham direito a uma participação nesses diálogos”.
Com Sky News