Um caso incomum chamou a atenção da imprensa canadense na última semana. Um funcionário da Royal Canadian Mint, uma espécie de Casa da Moeda do Canadá, foi acusado de traficar US$ 180 mil dólares em ouro, possivelmente burlando os diversos níveis de segurança do local. O método escolhido por Leston Lawrence, de 35 anos, contudo, é o que chama atenção: ele colocava os pedaços de ouro em seu reto.
O julgamento de Lawrence foi concluído em um tribunal de Ottawa na quinta-feira (22), mas o juiz Peter Doody só dirá se Lawrence foi condenado pelos crimes de roubo, tráfico em troca de dinheiro, quebra de confiança e posse de produtos roubados no dia 9 de novembro.
O caso, que ajudou a levantar uma série de questionamentos sobre a segurança das instituições canadenses, começou a ser investigado quando um funcionário de uma compradora de ouro num shopping de Ottawa suspeitou das diversas vezes que Lawrence aparecia na loja. Os pedaços trazidos por Lawrence pesavam, em média, 210 gramas, o que equivalia, dependendo da cotação do minério, a aproximadamente US$ 6,8 mil dólares.
Após fazer a transação, Lawrence pegava o dinheiro e o depositava no Banco Real. A quantidade depositada e os constantes pedidos de transferência para o exterior também chamaram a atenção das autoridades, que ficaram ainda mais atentas ao descobrir que a grana vinha de uma compradora de ouro e que Lawrence trabalhava na Royal Canadian Mint.
A defesa de Lawrence, no entanto, fez ponderações importantes que podem mudar o veredito. A polícia canadense não conseguiu provar de maneira conclusiva que o ouro em posse de Lawrence veio da Royal Canadian Mint, já que ele não havia nenhuma marcação. A instituição afirmou, através de comunicado, que vários de seus protocolos passaram por revisão e que novos equipamentos de segurança foram instalados.