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Mulher Cientista

Por Maria Clara Rossini Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A repórter Maria Clara Rossini entrevista pesquisadoras brasileiras e explica o trabalho delas. Acompanhe aqui e no Instagram da Super.

Joanna Lima estuda a perda de peso e massa muscular associada ao câncer

A #MulherCientista desta semana colaborou no estudo que rendeu o Prêmio Nobel de Medicina em 2019. Conheça a sua trajetória.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 25 jul 2022, 10h25 - Publicado em 6 ago 2021, 19h34

Ganhar um Nobel é o sonho de qualquer pesquisador. Calma, Joanna Lima ainda não foi laureada, mas teve grande participação em um estudo reconhecido pelo prêmio.

Filha de mãe solo, a piauiense passou a infância e adolescência estudando como bolsista em colégios particulares. Quando chegou a hora de prestar vestibular, em 2008, tentou Biologia na Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Química na Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Passou nas duas.

Na época, Joanna avaliou que havia mais oportunidades de trabalho no setor de química, mas a biologia permitia que ela estudasse algo que sempre teve interesse: o câncer. Ela não gostava de algumas disciplinas do curso escolhido, como entomologia (estudo dos insetos) e botânica, mas se manteve na faculdade pela fisiologia e outras matérias que englobavam saúde. 

A graduação de Joanna foi quase inteiramente voltada para o ensino. Ela tinha sua avó, que foi professora, como exemplo, e passou parte do curso se dedicando a monitorias – atividade que aproxima o estudante da docência. Mas essa história mudou completamente depois do seu primeiro estágio. A pesquisadora foi trabalhar na Agespisa, empresa de abastecimento de água e saneamento básico do Piauí. Lá, teve o primeiro contato com materiais dentro de um laboratório – o que despertou seu interesse pela pesquisa.

A empresa resolveu efetivar Joanna e ela aceitou, mas por tempo limitado. A ideia era juntar dinheiro para ir para São Paulo tentar um mestrado na USP. Algum tempo depois, a jovem viajou, sem nenhuma garantia de que conseguiria algo na capital paulista.

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Ao chegar na cidade, enviou e-mails para cinco professores que trabalhavam com câncer na universidade pedindo para estagiar de forma voluntária em seus laboratórios. A pesquisadora Marilia Cerqueira Leite Seelaender foi quem respondeu primeiro, marcando um encontro para o dia seguinte.

Em 2015, Joanna engatou seu mestrado com a fada madrinha paulistana. Sua linha de pesquisa sempre envolveu a caquexia – uma perda severa de gordura e massa muscular – associada ao câncer. Ela avaliou pessoas com um mesmo tipo de câncer em estágios semelhantes, e constatou quem poderia, ou não, desenvolver a caquexia. Faltava saber porque isso acontecia – algo que ela pretendia resolver no doutorado.

Do Brasil para o mundo

Joanna, porém ainda não era considerada por outros pesquisadores como uma cientista completa. Faltava diferenciar seu currículo, publicando capítulos de livros e estudando no exterior. Sendo assim, ela aplicou para um laboratório de imunologia e câncer na Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, e foi aprovada. Ela não sabia falar e nem mesmo escrever em inglês, e teve que aprender na marra durante os dois meses que morou fora. 

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Nessa época, Joanna já estava produzindo seu doutorado. Ela percebeu que a hipóxia (a ausência de oxigênio suficiente nos tecidos) era um dos motivos que levava os pacientes com câncer à caquexia. Surgiu, então, a oportunidade de pesquisar fora novamente, e a cientista escolheu aplicar para o laboratório liderado por Peter Ratcliffe, na Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Enquanto Joanna estava em uma aula por lá, durante uma segunda-feira comum de 2019, veio a notícia de que o professor Ratcliffe havia sido laureado com o Prêmio Nobel de Medicina. Mais tarde, após receber a premiação na Suíça, ele agradeceu o trabalho da brasileira em um de seus discursosAinda no Brasil, Joanna encontrou o gene indutor da hipóxia, chamado HIF (sigla em inglês para “Fator Indutor de Hipóxia”) em tumores de pacientes caquéticos. No laboratório de Ratcliffe, colaborou pesquisando a inibição farmacológica deste gene, o que poderia, no futuro, servir de estratégia terapêutica contra o câncer.

De volta ao Brasil, Joanna apresentou o seu doutorado. Imediatamente, Ratcliffe a convidou para voltar a Oxford como pesquisadora. Hoje, a pesquisadora mostra seu dia a dia por lá a partir de sua conta no Instagram (@joannaclima). Além disso, utiliza o espaço para divulgar estágios e vagas de pós-graduação em instituições internacionais para pesquisadores de todas as áreas de conhecimento. Depois de realizar o seu sonho de estudar fora, ela quer ajudar outras pessoas a fazer o mesmo.

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