“De uma maneira direta e várias maneiras indiretas”, explica o paleoartista Rodolfo Nogueira, que esculpe e ilustra profissionalmente dinossauros e outras espécies pré-históricas.
A maneira direta é mais rara: envolve analisar as células que costumavam formar a pele ou penas do animal, nas raras ocasiões em que essas partes moles são preservadas no fóssil (normalmente, apenas os ossos restam para contar a história). Como tais células têm equivalentes nas aves e répteis contemporâneos, a semelhança permite inferir a cor com razoável precisão.
Em ocasiões extremamente raras, um trecho de pele fossilizada indica até se o animal era liso ou manchado – ou se era mais claro ou mais escuro.
Uma das maneiras indiretas consiste em procurar animais contemporâneos que tenham porte, hábitos ou habitat parecidos com os do dinossauro que está sendo estudado. Por exemplo: se répteis carnívoros de pequeno porte numa floresta tropical tendem a exibir certos padrões de camuflagem, é possível que um dinossauro vivendo nas mesmas condições tenha evoluído cores e formas similares em suas escamas. Continua sendo um palpite, mas um palpite baseado em evidências.
A dieta de muitos animais também é capaz de influenciar sua cor. Outra boa pista são as relações filogenéticas entre os animais pré-históricos e os animais contemporâneos. Quanto mais aparentadas são duas espécies, maior é a chance de que elas usem os mesmos métodos de pigmentação.
Pergunta de Maria Clara Rossini, repórter da Super.