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Como sabemos quais cores os animais veem?

Tudo depende das células detectoras de cor, os cones, que cada animal tem em suas retinas. E há vários experimentos engenhosos para verificar isso.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 22 jul 2024, 15h58 - Publicado em 21 jul 2024, 12h00

Já explicamos aqui no Oráculo algumas vezes que nossas retinas têm dois tipos de células detectoras de luz: os bastonetes, responsáveis por nossa visão em preto e branco, e os cones, que nos dão as cores.

Humanos têm três cones, que se especializam em três faixas do espectro eletromagnético visível: as ondas mais longas (vermelhos e laranjas, essencialmente), as ondas médias (na vizinhança dos amarelos e verdes) e as ondas mais curtas (azuis e violetas).

Já os cães têm visão dicromática: só possuem dois cones, centrados na parte amarela e na parte azul do espectro. Os vermelhos, portanto, ficam desatendidos. Da nossa perspectiva, ver com os olhos de um cão é como ser daltônico. Para eles, porém, esse é só o padrão.

Já os pássaros têm quatro cones, e por isso conseguem captar uma porção maior do espectro. Eles sabem de que cor são ondas ultravioleta – coisa que nós nunca saberemos. Da perspectiva deles, nós é que somos daltônicos. 

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Agora você deve estar se perguntando como sabemos quais cores cada cone capta. Nos cones existem proteínas chamadas opsinas que mudam de forma quando são atingidas pela luz de uma certa cor – o que sinaliza ao cérebro a presença dessa cor, é claro.

Para descobrir qual cor cada cone vê, em tese, basta expor as opsinas a diferentes cores e verificar quais são melhores em acioná-las. Essa é uma descoberta razoavelmente recente: foi premiada com o Nobel de Medicina e Fisiologia em 1967.

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Na prática, isso exige experimentos engenhosos. Há um artigo clássico de 1989 em que pesquisadores da Universidade da Califórnia descobrem que os cones caninos estão centrados no azul e amarelo. Eles fizeram isso estudando a capacidade dos cães de distinguir (ou não) luzes de diferentes frequências projetadas em um painel.

Um dos trechos mais específicos (e fofos) da literatura científica está neste artigo, diga-se de passagem: “Os cães foram treinados para selecionar um painel iluminado, indicando sua preferência ao tocar o painel com o focinho. A escolha correta resultava na liberação automática de um biscoito de 97 mg sabor carne com queijo.”

Pergunta de @fer_ssilva, via Instagram

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