Não, porque nenhum dos outros planetas do Sistema Solar tem oxigênio suficiente na atmosfera, e – como nos lembra Vera Jatenco, professora de astronomia da USP – oxigênio é essencial para a combustão.
O gás corresponde a 20,9% da atmosfera terrestre, e só se acumulou nestes céus depois que as primeiras cianobactérias inventaram a fotossíntese, mais ou menos na metade da história da Terra. Até aquela época, o processo de respiração não existia – e o fogo também não.
O fogo é o resultado de uma reação química em que um combustível – madeira, carvão, gasolina etc. – ganha oxigênio e libera calor rapidamente. Um exemplo muito simples: se você queimar hidrogênio (H), ele se une ao oxigênio (O) e forma água (H2O). Sim: incêndios soltam água.
Marte e Vênus têm atmosferas compostas majoritariamente de gás carbônico (CO2), que é justamente o que sobra depois que algo pega fogo – e não algo capaz de gerar um incêndio. Por exemplo: se você queimar açúcar (sacarose, de fórmula C12H22O11), ele junta com o oxigênio e produz CO2 e H2O.