O que acontece com os dejetos do banheiro do avião depois da descarga?
Veja como o avião lida com suas necessidades – e evita entupimentos durante o voo.
![Foto aproximada de um botão de descarga no banheiro do avião.](https://gutenberg.super.abril.com.br/wp-content/uploads/2024/01/SI_459_ORCL_dejetos_aviao_site.jpg?quality=90&strip=info&w=1024&h=682&crop=1)
Eles ficam em um reservatório, retirado da aeronave após o pouso. Quando você aperta a descarga, uma portinha no fundo do vaso se abre e suas necessidades são sugadas por um sistema de compressão a vácuo – que causa o barulho característico de swoosh. Isso otimiza o espaço no depósito e evita que os excrementos fiquem em contato com o ar, minimizando o fedor.
Antes de chegar ao reservatório, o cocô é triturado. Além de deixá-lo mais compacto, isso evita entupimentos (que, convenhamos, seriam difíceis de lidar a 40 mil pés de altitude). Quando a aeronave está em solo, os funcionários esvaziam o tanque e descartam os dejetos no próprio sistema de esgoto do aeroporto.
Para evitar derrapadas de bicicleta, a superfície interna do vaso é antiaderente – e há um líquido azul que ajuda a jogar os excrementos no buraco e desinfeta a privada: o Skykem, que deixa todo o esgoto azul. A privada de avião como conhecemos hoje foi inventada em 1975 por James Kemper.
Ice, Ice, Baby
“E se os excrementos caírem lá de cima?”. Bom, o banheiro é projetado para que isso não ocorra, mas acidentes acontecem. Quando o esgoto vaza para fora da aeronave, a substância congela com as baixas temperaturas. Esses pedaços de xixi e cocô congelados se parecem com grandes pedras azuis, e geralmente recebem o nome Blue Ice (“gelo azul”, em inglês).
![SI_ORCL_blueice Pessoas segurando um pedaço do chamado blue ice.](https://gutenberg.super.abril.com.br/wp-content/uploads/2024/01/SI_ORCL_blueice.jpg?quality=90&strip=info&w=1024)
Há, inclusive, relatos de pessoas e construções que já foram atingidas por Blue Ice. Em 2007, blocos azuis caíram em uma casa em Leicester, no Reino Unido. Moradores da vila de Pakdaha, na Índia, também viram o “gelo” azul cair do céu em 2016.
Pergunta de Gustavo Mano, via e-mail