O câmbio dos carros de F1 é o que se denomina semiautomático. O piloto muda de marcha apertando duas abas (chamadas em inglês de paddles) localizadas atrás do volante, ao alcance das mãos. O carro não tem embreagem.
Aliás, até tem, mas ela só é usada na hora da largada: o piloto aperta a embreagem (com a mão também, numa terceira aba), engata a primeira e o carro se move conforme ele solta a embreagem. Dali em diante, é tudo nos paddles.
Outra característica dos câmbios de F1 é que, assim como os de motocicleta, ele é sequencial: se você está na marcha quatro, só pode descer para a três ou subir para a cinco. Não dá para pular.
Por fim, os carros mais recentes são projetados para não dar tranco nas mudanças de marcha. O termo para isso em inglês é seamless (“imperceptível”). A engenharia necessária para transições tão suaves é um segredo comercial de cada equipe.
Por que não usam câmbio 100% automático de uma vez? Bom, entre 2001 e 2003 equipes de ponta usavam – as marchas subiam e reduziam sozinhas. Mas, a partir de 2004, as regras proibiram o artifício.
Por um motivo óbvio: o melhor uso do câmbio diz muito sobre a habilidade do piloto. E à F1 cabe premiar não apenas os melhores carros, claro, mas também os melhores pilotos.
Para quem gosta de dirigir, e não usa o carro só como um artifício para ir do ponto A ao ponto B, mudar de marcha é uma parte importante da experiência.
Prova disso é que, recentemente, a Toyota anunciou que está desenvolvendo um câmbio manual falso para carros elétricos. É uma tentativa de simular a experiência de um veículo com motor a combustão clássico para quem está saudoso de gasolina. Se vai cair no gosto do público, é outra história.
Pergunta de @mirla.vmenezes, via Instagram.