Para que serve o exame psicotécnico do Detran?
Os testes para a obtenção da CNH podem até parecer aleatórios, mas são embasados em ciência.

Para avaliar se o futuro condutor tem ou não o perfil necessário para dirigir um veículo com segurança. Por mais que os testes pareçam brincadeira de criança, desenhar palitinhos e escolher a foto “certa” é uma maneira de analisar a memória, o raciocínio lógico, a atenção, coordenação motora e concentração do indivíduo. Além disso, tem como finalidade definir o controle emocional do futuro motorista.
O exame nasceu a partir da psicometria, área da psicologia que surgiu no início do século 20 para medir memória, raciocínio e tempo de reação de funcionários de fábricas e soldados do exército – e que logo passou a ser aplicada em exames de trânsito.
No Brasil, a ideia foi oficializada com o Decreto-lei n° 2.994/1941, que diz obrigatório os exames para obter a licença de prática ou de habilitação para condutor de veículo: fisiológico ou médico e psicológico – a obrigação aparecia no primeiro Código Nacional de Trânsito.
Desde então, o exame é feito em situações como a primeira habilitação, em categorias profissionais e também em casos de reabilitação de motoristas. Hoje ele é aplicado por psicólogos credenciados pelo Detran, que utilizam testes aprovados pelo Conselho Federal de Psicologia para avaliar atenção, memória, percepção, tempo de reação e controle emocional.
Mesmo assim, muitos psicólogos criticam o exame quando ele é usado como decisão final para liberar ou não a carteira de motorista. Isso porque os testes não conseguem prever com total certeza como a pessoa vai se comportar no trânsito, além disso, uma única consulta com um psicólogo seria inconclusivo para que o martelo fosse batido, com certeza absoluta, de que aquele indivíduo é instável. Eles ajudam a conhecer o perfil do candidato, mas não deveriam ser o único critério para decidir se alguém pode dirigir ou não.
Pergunta de Rafael Battaglia Popp, editor da Superinteressante.