A cicatriz é o resultado da reação imunológica do corpo à bactéria Mycobacterium bovis, causadora da tuberculose em bois e vacas e contida de forma atenuada na vacina. É a forma bovina da doença que ensina nosso corpo a combater a TB humana.
Após a aplicação da injeção, um perímetro de cerca de 1 centímetro ao redor do local em que a agulha entrou reage ao patógeno. As células da primeira linha de defesa do nosso corpo comparecem em massa. Entre elas, há os macrófagos (que fagocitam as ameaças e as digerem) e as as células dendríticas, que são espiãs: coletam pedacinhos do patógeno e levam para avaliação de células mais altas na hierarquia, como os linfócitos T CD4, CD8 e B. Elas montam um contra-ataque mais direcionado, com anticorpos feitos especificamente para encaixar em proteínas do patógeno.
Visto do lado de fora, o campo de batalha se torna uma casquinha vermelha, que então amolece, pode soltar pus e aí cicatriza ao longo de três semanas. Eis a marquinha no braço. Os bebês são novos demais para lembrar disso, é claro.
A ausência da marquinha se deve ao uso de uma microagulha, conhecida como “carimbo”, que suaviza o efeito na pele. No Brasil, a taxa de uso do carimbo é de 3,1%, então, apenas três de cada cem crianças vacinadas ficam sem a marca. Nos EUA, o número gira em torno de 10%. Já no Japão, a microagulha é regra, não exceção.
Fontes: Karlla Patrícia Silva, bióloga do Museu Nacional da UFRJ e Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas; artigo “Scar Formation and Tuberculin Conversion Following BCG Vaccination in Infants”, de Sara S. Dhanawpade.
Pergunta de @kaaoliveira83, via Instagram.