Começando pelo óbvio: quase todas as formas de vida no local foram aniquiladas na hora, devido a energia emitida no momento do estouro. Os EUA detonaram 23 bombas no Atol de Bikini entre 1946 e 1958, que destruíram o ecossistema.
Nos anos 1970, a vegetação já havia reocupado a terra firme. Mas a poluição por isótopos radioativos – especialmente Césio-137, o mesmo de Goiânia – permanece em níveis perigosos até hoje. Para se ter uma ideia, esse isótopo leva 30 anos para ter sua massa reduzida à metade. Depois, são mais 30 anos para chegar a ¼ e assim sucessivamente. O problema impediu que 167 nativos recuperassem o atol.
Hoje, embora não seja seguro beber ou comer nada por lá, fauna e flora riquíssimas (e, às vezes, mutantes) prosperam mais do que a média – justamente porque não há humanos para atrapalhar.
Caso você tenha interesse pelo tema, fique sabendo que em 1988 o diretor Robert Stone retratou a situação no documentário Radio Bikini. A produção foi indicada ao Oscar do mesmo ano, mas não levou a estatueta. De toda forma, fica a recomendação: o filme com legendas em português está disponível na íntegra no YouTube.
Pergunta de @nunno778, via Instagram.
Fontes: Rubens Figueira, professor do Instituto de Oceanografia da USP. Pesquisa “Nuclear Weapons Tests and Environmental Consequences: A Global Perspective Marshall Islands Dose Assessment & Radioecology Program – Bikini Atoll”.