Neste último domingo (3), a ciência deu mais um passo na luta contra a AIDS. Uma equipe de virologistas dos Estados Unidos anunciou o primeiro caso de cura funcional da Aids em uma criança. O anúncio foi feito ontem pela Dra. Deborah Persaud da Universidade Johns Hopkins, que conduziu a investigação que considerou o bebê “funcionalmente curado”.
A criança de dois anos, nascida no Mississippi, estava contaminada com o vírus HIV desde o nascimento, transmitido pela mãe soropositiva. Os médicos aplicaram um tratamento mais rápido e mais forte do que o usual, que foi iniciado com uma infusão de 3 drogas 30 horas depois do nascimento. Isso aconteceu antes dos testes confirmarem que a criança estava infectada.
“Eu senti que aquele bebê estava correndo um risco maior que o normal, e ele merecia a nossa melhor tentativa”, afirmou em entrevista a Dra. Hannah Gay, uma pediatra especialista em HIV na Universidade do Mississippi.
Segundo os cientistas, a criança tem estado sem medicação por cerca de um ano, sem sinais de infecção. A ação rápida foi o que provavelmente nocauteou o HIV no sangue do bebê antes que ele pudesse formar esconderijos no corpo. De acordo com a Dra. Persaud, esses “reservatórios”, chamados de células dormentes, geralmente infectam novamente qualquer pessoa que pare com a medicação.
Não há garantias de que a criança vai permanecer saudável, mas testes sofisticados encontraram apenas alguns traços remanescentes do material genético do vírus. Se o caso for confirmado como verdadeiro, será a segunda cura comprovada no mundo.
A outra história bem sucedida é de Timothy Brown. Em 2006, enquanto estava em tratamento contra o HIV, ele foi diagnosticado com leucemia. Seu médico foi capaz de cura a doença com um transplante de células-tronco de uma pessoa que nasceu com uma mutação genética que causa imunidade à infecção por HIV. Depois do transplante, Brown parou o tratamento contra o vírus sem ter recaídas na doença.
Os especialistas estão animados com a descoberta, segundo o site The Huffington Post, e afirmam que ela pode ajudar os esforços para erradicar o vírus HIV em crianças, especialmente nos países africanos, onde muitos bebês nascem infectados. É importante destacar, porém, que apesar de promissor, o tratamento é muito difícil de ser replicado em adultos. A cura do bebê provavelmente só aconteceu pela rapidez do início da medicação e a identificação de uma pessoa adulta contaminada em tão pouco tempo é muito rara.
Fontes: Science Daily, The Huffington Post e Agência Brasil