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TdF Entrevista – Felipe Castanhari (canal Nostalgia)

Felipe Castanhari tem um canal no YouTube chamado Nostalgia  que trata de assuntos que todos sentimos saudade. Quem teve sua infância nos anos 90 (ou no começo dos anos 00) com certeza vai se identificar com os posts sobre Pokémon, Power Rangers, Chapolin, Disney e tantos outros assuntos. Apesar de ainda ser jovem (o primeiro […]

Por turma-do-fundao
Atualizado em 4 jul 2018, 20h33 - Publicado em 17 Maio 2013, 17h56
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  • bruna_azevedo
    felipecastanhari

    Felipe Castanhari tem um canal no YouTube chamado Nostalgia  que trata de assuntos que todos sentimos saudade. Quem teve sua infância nos anos 90 (ou no começo dos anos 00) com certeza vai se identificar com os posts sobre Pokémon, Power Rangers, Chapolin, Disney e tantos outros assuntos.

    Apesar de ainda ser jovem (o primeiro vídeo foi postado em janeiro de 2012), o canal tem uma boa audiência de fãs de desenho, games, e seriados, apostando na memória afetiva desse pessoal.

    Entrevistei Felipe sobre o Nostalgia e seu sucesso. Confira:

    Mundo Estranho: Qual a ideia central do Nostalgia?

    Felipe Castanhari: A ideia foi pegar desenhos, jogos, filmes e afins que fizeram parte da minha infância e transformar isso em um vídeo onde eu pudesse colocar o máximo de informação visual e audiovisual possível. Uma coisa que eu fazia muita era ir ao YouTube e ficar revendo coisas que eu assistia, como aberturas de desenho, games, etc. Eu acho isso tudo muito legal. E percebi que as pessoas compartilhavam muito esse tipo de coisa, principalmente no Facebook, com posts com mais de 40 mil compartilhamentos com comentários como: “Nossa, eu lembro disso!”. Juntei o útil ao agradável. Já trabalhava como designer e animador 3D, então já tinha experiência com audiovisual e edição. E, como eu já consumia muito o YouTube, resolvi fazer.

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    ME: Como você escolhe os temas abordados nos vídeos?

    Felipe: Os comentários servem de base para o que eu posso ou não fazer. Independentemente deles, eu tenho os temas que quero abordar. Poucas pessoas pediram o da Disney, por exemplo, mas teve uma repercussão muito boa, foi o segundo vídeo mais visto do canal. Eu tento colocar o que eu gosto e acompanhei, e não apenas o que o pessoal pede.

    ME: E de qual assunto você mais gosta de falar?

    Felipe: É difícil escolher um porque, a cada vídeo que eu faço, eu me espanto, descubro que não sabia que gostava tanto. Eu gosto muito de anime porque eu consumia muito, colecionava mangá, era viciado. Então, entre os meus temas preferidos, o anime tá lá em cima. Mas eu gosto de tudo que eu faço ali.

    [youtube https://www.youtube.com/watch?v=VVjcJBFVi-8?feature=oembed&w=500&h=281%5D

    ME: Como funciona a montagem do vídeo, desde a pesquisa até a produção?

    Felipe: Eu faço com um amigo, o Fabio. Nós primeiro definimos um tema, e depois o Fabio começa a fazer o roteiro, enquanto eu começo a fazer alguma coisa na edição. Ele me manda quando termina e eu finalizo o roteiro. Aí ele vem à minha casa e a gente grava. Costumamos gravar tudo em um dia. A partir do dia seguinte, eu começo a editar enquanto o Fabio procura o material audiovisual, escolhendo cenas ou músicas do assunto comentado. No começo, eu fazia isso sozinho, mas, quando eu passei a me dedicar mais ao canal, passei essa tarefa para ele porque ficava muito pesado fazer sozinho.

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    ME: Como é a resposta dos internautas em relação aos vídeos?

    Felipe: É muito boa. Para um ano e meio de canal, são respostas bem positivas. A média de curtidas é esmagadoramente maior que a de “descurtidas”. Isso é muito bom, mostra que o público esta gostando. Eu uso as visualizações e os inscritos do canal como termômetro. Em eventos, o pessoal também vem falar comigo, tirar foto, etc.

    ME: A partir de quando o canal ficou mais popular?

    Felipe: A partir do quinto vídeo. No inicio, quatro vídeos foram excluídos do canal: primeiro o do Sonic, que não tinha edição e ficou ruim, teve só 400 visualizações. O segundo foi o dos Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball, que teve umas 700 visualizações. O terceiro foi o de Caverna do Dragão, que tinha 1000 visualizações, mas eu falava muito palavrão e o pessoal não gostou. O último foi sobre Mario Bros. Na época, eu estava trabalhando como animador pra uma empresa canadense e sendo freelancer pra uma empresa de jogos, estava meio sem tempo. Aí eu pensei: “deixa eu mudar o formato pra ver se dá certo”, fazendo vinheta e uma identidade pro canal. Então eu fiz o vídeo da TV Cruj, que era a minha última tentativa. Em dois dias, eu saltei de 60 para mil inscrições. Mandei e-mails para blogs e eles divulgaram, aí aumentou para 7 mil inscritos e 70 mil visualizações. Começou aí. Depois eu fiz o vídeo do Cartoon Network, que foi para a homepage do YouTube e chegou a 120 mil visualizações.

    [youtube https://www.youtube.com/watch?v=kCXM6P_fCKk?feature=oembed&w=500&h=281%5D

    ME: Você esperava que tivesse esse resultado?

    Felipe: Eu não esperava, nossa meta inicial era de 10 mil inscritos em um ano, porque, em um canal pequeno, normalmente os números são muito baixos. Você nunca acha que vai estar lá junto do Felipe Neto, do PC Siqueira, do Cauê Moura ou da Kefera, e nós conseguimos ultrapassar nossa meta chegando a 250 mil. Obviamente, eu queria que o canal fizesse sucesso logo de cara, toda pessoa que faz vídeo para o YouTube quer ser reconhecida. Eu nunca quis ser famoso, mas queria que as pessoas reconhecessem o meu trabalho e o meu esforço.

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    ME: Você também é animador 3D. Como funciona isso?

    Felipe: Eu considero uma das profissões mais difíceis que há. Estudei por mais de quatro anos, fiz curso fora, fiz faculdade por dois anos e frequentei vários cursos aqui no Brasil. Já trabalhei em alguns comerciais, vídeos e clipes. Dediquei muito da minha vida para a animação, porque é uma coisa em que eu queria trabalhar para o resto da minha vida, tanto que eu até recebi um convite para trabalhar na Dreamworks, em um programa para animadores estrangeiros, mas acabei não indo. É um emprego muito trabalhoso, já que é preciso o tempo todo analisar o comportamento do personagem para dar a ele um movimento mais preciso. Eu sempre observava as pessoas no shopping, por exemplo, para ver como seus movimentos eram naturalmente. Não é preciso desenhar tão bem, mas o suficiente para fazer o modelo e jogar no programa. Lá você vai ter o esqueleto do personagem em uma posição e vai mexer nele para chegar à posição seguinte, criando varias poses que, juntando, se tornam uma animação.

    ME: O que você pode dizer em relação ao futuro do canal?

    Felipe: Nós vamos tentar fazer um vídeo semanal [obs.: o canal já atingiu essa periodicidade, com novos episódios toda quarta-feira]. Também terá a atração nova do Nostalgia, o “Nostalgia Drops”, em que vamos pegar um tema de que agente já falou e adicionar alguma informação que faltou. Vamos dar uma olhada nos comentários para ver do que o pessoal sentiu falta, começando com Dragon Ball. A ideia é fazer um vídeo menor, que dê menos trabalho, para que possamos postar um desses por semana, enquanto o normal vai sair a cada 15 dias. Tem também alguns projetos novos que a gente tá fazendo, com paródias animadas por mim. Eu sou animador 3D e quero exercitar esse meu lado, que está parado há um ano por causa do canal.

    ME: Na sua opinião, qual foi o vídeo mais legal que você fez? E o mais difícil?

    Felipe: A Disney foi um tema que eu gostei muito, eu achei o mais legal de gravar e de assistir. Teve 25 minutos de vídeo, então teve bastante material. O do Samurai X eu também gostei muito de gravar e de fazer. O mais difícil foi o de Yu Yu Hakusho. Foi o mais difícil de editar e o mais longo do canal: com quase 30 minutos, eu não tive tempo de assistir tudo novamente, então tinha muita coisa que me deixava perdido com o que eu estava falando.

    [youtube https://www.youtube.com/watch?v=_2ZyC9dsZ_w?feature=oembed&w=500&h=281%5D

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