As redes sociais misturam o real com a fantasia. Enquanto é por meio delas que temos contato com uma amiga próxima que mora do outro lado do país, é também pelos posts na internet que temos acesso à vida daquela prima rica e aparentemente “perfeita”. E, segundo um novo estudo da Universidade York, nos Estados Unidos, isso tem um impacto na maneira como as mulheres veem a si mesmas e, principalmente, seus corpos.
De acordo com a pesquisa, internautas que interagem (veem, reagem, comentam) com imagens de amigas mais “bonitas” e “atraentes” se sentem pior com sua própria aparência. E os adjetivos não estão entre aspas à toa: o que causa isso é a opinião de cada uma, diz o artigo. A prima perfeita pode nem ser tão bonita assim, mas se quem está vendo suas fotos achar que ela é, o efeito negativo surge.
O foco do estudo eram pessoas jovens do sexo feminino, com idades entre 18 e 27 anos, que são ativas nas redes sociais. Ao todo, 118 alunas de graduação de diversas origens étnicas fizeram parte do levantamento. As participantes divulgaram informações sobre seu histórico familiar, cultural e escolar e também preencheram um questionário em que indicaram, usando uma escala específica para o estudo, se estavam satisfeitas ou insatisfeitas com sua aparência.
Em outra etapa da investigação, as voluntárias foram aleatoriamente divididas em dois grupos. Em um deles, as mulheres tinham que entrar no Facebook e no Instagram por um período de, no mínimo, cinco minutos e encontrar uma colega da mesma idade que achassem mais atraente do que elas. Depois de olhar as fotos, cada participante tinha que escrever um comentário em uma das fotos. No segundo grupo, que serviu de controle, as garotas precisavam fazer a mesma tarefa só que com membros da família que não se destacavam no quesito beleza.
Os resultados mostraram que aquelas que se compararam a mulheres consideradas “superiores” se sentiram pior depois de interagirem nas redes. E isso não aconteceu com quem comentou em fotos de pessoas cuja aparência física não era tão inspiradora.
Segundo a autora do estudo, Jennifer Mills, essa realidade é pior na faixa etária de 18 a 20 anos, em que as mulheres se importam muito com a forma como são percebidas por outras pessoas. “Nós realmente precisamos alertar as jovens sobre como o uso das mídias sociais pode estar modificando a maneira com que elas se sentem com seus corpos. Essa realidade pode estar ligada a dietas rigorosas, distúrbios alimentares ou prática excessiva de atividade física”, adverte a autora.