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Cães e macacos sabem quando você é antiético

Os animais não só percebem que alguém está sendo canalha como podem negar um petisco dado por pessoas más

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
15 fev 2017, 16h13
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  • Há quem diga que moral é o que você faz certo quando todo mundo está vendo, e ética o que você continua fazendo certo mesmo depois que não há ninguém mais vendo. É um pouco mais complicado do que isso: a moral são as regras que mantém uma sociedade funcionando, e a ética é o ramo da filosofia que investiga essas regras. Se você vê uma regra que não faz sentido dentro dos seus princípios pessoais e decide desrespeitá-la, você será ético sem ser moral, e é assim que voltamos à explicação do começo.

    Tudo isso parece uma questão cabeça típica do cérebro humano, tão cheio dúvidas existenciais. Mas um grupo de pesquisadores da Universidade de Kyoto, no Japão, descobriu que cães e macacos não só entendem o que pode e não pode no mundo de seus donos como também julgam nossas atitudes e nos punem por elas.  

    Na primeira fase do experimento, macaco-pregos assistiram a uma cena com dois finais possíveis: em um deles, uma pessoa que está com dificuldades para abrir uma lata pede ajuda para alguém que está perto, que aceita colaborar. Na outra, o interlocutor é rude e não dá uma mãozinha. Também havia uma situação de controle, usada de referência para medir as reações dos animais. Nela, uma personagem neutra simplesmente ignora a situação. 

     

     

    Em seguida, os mesmos macacos assistiram à interação entre duas pessoas, cada uma com três objetos. Primeiro, a pessoa “A” pede para ver os objetos da pessoa “B”. Depois, a pessoa “B” os pede de volta, mas a pessoa “A” não os devolve. O terceiro estágio imita o segundo, mas usa cachorros em vez de macacos, e são os próprios  donos dos animais que encenam o roubo dos objetos.

    Ao final, todos os participantes, donos e atores, oferecem petiscos aos animais. Tanto os macacos-prego como os cães aceitaram prontamente o presente de estranhos que haviam agido de forma correta nas simulações, mas ficaram com ressalvas na hora de comer o biscoito entregue pelos personagens antiéticos.

    Moral da história? Se for fazer uma besteira, não adianta se esconder só de humanos: se assegure de que seu cachorro esteja na garagem.

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