Todo mundo tem uma forma favorita de estudar, seja através de vídeo-aula, resumo da matéria, leitura, entre outras. Mas, apesar de ser amplamente aceito por psicólogos que estudar da forma preferida – através do seu “estilo de aprendizagem” – melhora o desempenho dos estudantes, essa teoria é repleta de mitos. E agora, um novo artigo publicado no jornal Anatomical Sciences Education contraria novamente essa ideia.
Dois pesquisadores da Universidade de Indiana realizaram um estudo com 426 estudantes de anatomia. No início do semestre letivo, eles pediram que os alunos respondessem a um questionário chamado VARK, sobre preferências e estilos de aprendizado. Ele classifica os estudantes de acordo com o jeito que eles preferem aprender, variando entre meios orais, visuais, leitura, cópia e até empiricamente (aprender fazendo). Por fim, ele oferece dicas de estudo de acordo com o estilo de aprendizagem de cada um.
Depois, os voluntários tiveram que adotar exatamente os métodos que a VARK aconselhava – até mesmo fora de sala de aula. No final do semestre, os pesquisadores tiveram acesso às notas dos estudantes para averiguar como foi o desempenho de cada um. O resultado é uma má notícia para os defensores da prática: 67% confessaram não ter conseguido estudar da forma indicada pela pesquisa, e aqueles que a seguiram à risca não tiveram notas muito superiores aos colegas que estudaram da forma tradicional.
Contrariando o imaginado, havia técnicas usadas pela maioria dos estudantes, independente de seus estilos de aprendizagem, que estavam bem mais associadas com o bom desempenho nas provas – como a utilização do microscópio para estudo e o uso de anotações feitas em classe. “Essas são fortes evidências de que professores e alunos não deveriam promover o conceito de estilos de aprendizado”, diz o estudo.