Senet – jogo para dois jogadores, produzido por Athena Jogos e Brinquedos Ltda.
Onde comprar um jogo cuja história já tem mais de 3 mil anos, que fazia parte do lazer dos antigos egípcio e possuía uma riquíssima simbologia, carregada de significados religiosos?Numa prosaica loja de brinquedos, próxima de sua casa.
Graças a Athena, uma jovem indústria paulista, os aficionados de jogos têm experimentado a surpresa de deparar com alguns tesouros do patrimônio lúdico da humanidade, democraticamente instalados nas gôndolas, lado a lado com as mais recentes criações contemporâneas. Apostando no interesse permanente que alguns jogos despertam, a Athena permite que o consumidor tenha acesso a alguns deles, antes disponíveis somente em bibliografia especializada e, em geral, estrangeira.
É o caso do Senet, um jogo muito praticado no Antigo Egito, como atestam as inúmeras cenas representadas em paredes e papiros. Infelizmente, dentre os tabuleiros e componentes que chegaram até nós, vários estão fragmentados. Contudo, em 1922, na Tumba de Tutankâmon, o arqueólogo – Howard Carter descobriu um riquíssimo tabuleiro em forma de mesa, trabalhada em ébano e marfim, com pernas esculpidas em forma de patas de leão. Dentro de uma pequena gaveta, havia peças de ouro maciço.
Para os egípcios, o Senet tinha um significado religioso, embora fosse praticado como simples divertimento. Ele representava a viagem do Ba (a “alma”) pelas terras do outro mundo e sua luta contra as forças do Mal e os inimigos de Osíris, o deus dos mortos. O êxito no jogo correspondia ao sucesso do Ba em sua difícil trajetória rumo à vida eterna.
O Senet é praticado sobre um tabuleiro de 3 x 10 casas, com sete peças para cada jogador e o auxílio de quatro dados especiais – chamados “egípcios” – que têm o aspecto de um meio cilindro.
Os dados egípcios podem cair com a face plana ou curva para cima, o que gera os possíveis resultados.
Como se pode prever, no caso de um jogo muito antigo, cujas regras foram penosamente reconstituídas a partir de fragmentos, há controvérsias sobre o modo exato como os egípcios o praticavam. A regra fornecida pela Athena é a versão que foi proposta em 1978 por Timothy KendalI, então curador assistente do Departamento de Arte Egípcia do Museum of Fine Arts, de Boston.