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Monogamia não faz sentido

Nosso corpo possui diversos indícios evolutivos de que tínhamos relações mais promíscuas antes do início da civilização

Por Karin Hueck
Atualizado em 6 jun 2017, 15h45 - Publicado em 12 nov 2015, 17h45
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  • Para o escritor Christopher Ryan, você não deve se sentir culpado se desejar o cônjuge alheio. Será que somos onívoros sexuais?

    Eu sou contra sentir vergonha por seus desejos. Você não deve achar que há algo de errado com você, se você se sentir atraído por outra pessoa além de seu marido ou esposa.

    Monogamia é invenção

    De acordo com Ryan, a monogamia é uma construção social do início da vida civilizada. Seria como uma troca de favores: a mulher se comprometeria a ficar com um único homem em troca de proteção, abrigo e comida; e o homem, por sua vez, para ter a certeza de que o filho é dele. Antes disso, as relações sexuais eram mais liberais e igualitárias – como ainda são em algumas tribos de caçadores-coletores.

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    Porque é bom

    O Homo sapiens está entre os poucos seres vivos que fazem muito mais sexo do que o biologicamente necessário. Entre mamíferos, é comum que nasça um descendente a cada doze relações sexuais. Nos humanos, essa proporção é de um a cada mil vezes. Evidência de que, entre nós, o sexo não serve só para a reprodução – também é uma ferramenta para criar laços sociais.

    Para o refresco

    Um indício evolutivo está na anatomia do homem. Assim como em chimpanzés e bonobos, os testículos do macho humano ficam do lado de fora do corpo para deixar os espermatozoides mais resfriados e prontos para uso a qualquer momento. É como deixar um frigobar cheio de cerveja gelada a postos: nunca se sabe quando pode ser hora da diversão.

    Toda hora é hora

    Outro indício está nas mulheres. A fêmea humana é uma das únicas que ficam receptivas para sexo durante todo o ciclo menstrual – não só quando estão férteis. Mulheres inclusive fazem sexo quando não há chance de se reproduzir: depois da menopausa ou mesmo quando estão grávidas, uma raridade evolutiva.

    Em colaboração com o TED. Assista ao vídeo da palestra aqui.

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