Só Pode Ser Brincadeira, Sr. Feynman! | Clique aqui para comprar
Richard Feynman foi um físico brilhante, ganhador do prêmio Nobel em 1965 por sua formulação da eletrodinâmica quântica. Ele era íntimo do mundo microscópico; transformou a matemática complexa das interações entre partículas em diagramas intuitivos – que seu colega alemão Julian Schwinger, com quem dividiu as láureas da academia sueca, afirmou certa vez serem “pedagogia, não física”, de tanto que facilitavam a vida dos físicos.
Ao contrário da maioria dos gênios, porém, Feynman não foi apenas um gênio. Era também um Homo sapiens transbordante em qualidades e defeitos. Enquanto colaborava com a construção da bomba atômica – trancado em uma base secreta das Forças Armadas em Los Alamos, no sul dos EUA –, arrombava arquivos confidenciais por hobby, recebia cartas criptografadas de sua esposa para irritar os censores e saia do quartel por um buraco na cerca em vez de passar na portaria.
Eterno crítico da puxação de saco, formalidade e hierarquia – “Jamais cometerei esse erro de novo, o de ler a opinião dos especialistas” é uma de suas frases famosas –, Feynman era patologicamente incapaz de pôr ordem na própria vida ou manter uma agenda. Ao pousar em um aeroporto para um simpósio, não sabia o endereço nem o nome da universidade para a qual deveria ir. Então, pediu para que o taxista o levasse ao mesmo lugar que os outros nerds tinham ido.
Em visita ao Brasil – que amava –, saiu tocando frigideira em um bloco carnavalesco no Rio de Janeiro em 1952, deu palestras no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas usando o melhor português que conseguiu improvisar (para surpresa dos cientistas brasileiros, que falaram inglês para agradá-lo) e foi sério candidato a pior boy lixo da história da noite carioca.
“Só pode ser brincadeira, Sr. Feynman” é a autobiografia de um anti-herói brutalmente sincero, que o leitor ama, odeia e ama de novo. Leitura obrigatória para quem quer conhecer as personalidades de carne e osso por trás da física esotérica do século 20.
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