O ano era 1998. Larry Page e Sergey Brin haviam acabado de fundar o Google: um site de busca com nome esquisito, pouquíssimos usuários e nenhum funcionário. Os dois pretendiam ir ao Burning Man – um festival de contracultura realizado anualmente no deserto de Nevada – e não tinham ninguém para tomar conta do site. Para avisar que estariam fora, resolveram mudar temporariamente o logotipo do Google adicionando o bonequinho símbolo do Burning Man. Nascia o primeiro dos Google Doodles (“rabiscos”), versões comemorativas do logotipo do site. De lá para cá, entraram no ar mais de mil variações – o logo já virou um filminho em homenagem a Charles Chaplin e foi transformado em código morse para comemorar o aniversário do criador dessa linguagem, Samuel Morse.
Os logos são produzidos por uma equipe de 5 designers, que ficam nos EUA. O processo de criação começa com ideias, que podem vir dos próprios doodlers, de funcionários do Google espalhados pelo mundo e também de usuários do site (você pode mandar a sua sugestão para o endereço proposals@google.com). Depois, são 4 etapas: escolher as homenagens, pesquisar referências, esboçar os desenhos e dar os retoques finais. Tudo isso demora cerca de 3 semanas.
“O mais difícil é criar logos interativos. Fiz um doodle interativo de Ação de Graças ano passado e demorei um tempo nele”, conta o animador Willie Real, que antes de ir para o Google trabalhava no Blue Sky, estúdio criador de filmes como A Era do Gelo e Rio. Por isso, Willie prefere os desenhos estáticos, sem interatividade. Mas, cá entre nós, a gente gosta mesmo é de poder tocar guitarra ou jogar Pac Man enquanto finge que pesquisa algo no trabalho, não é?